segunda-feira, 30 de novembro de 2015

As Aventuras da Princesinha da Torre

As Aventuras da Princesinha da Torre

Avistaram uma caverna. Não via a hora de matar um dragão.
_ Veja, João. _ Disse a Princesinha apontando para a caverna.
_ O quê? 
_ É uma caverna, não é?
_ Sim, é uma caverna.
_ Isso não te diz alguma coisa?
_ O quê?
_ Uma caverna, João. Certamente tem um dragão aí dentro. Pegue sua espada.
_ Mas por que temos que matar um dragão? _ Ele perguntou.
_ Príncipes matam dragões para salvarem princesas.
_ Mas eu não sou um príncipe e você me parece a salvo.
_ Não é você quem irá matar o dragão. Sou eu! Você será apenas meu escudeiro.
_ Está certo. Tome a espada, então. _ Ele lhe estendeu a espada e ela quase deixou cair. Era muito pesada.
_ Por que não trouxe uma espada mais leve?
_ As espadas em geral são bem pesadas. Tem  certeza que sabe usar uma espada?
_ Claro que sim. Sempre vencia você nas lutas de espadachim, não se lembra?
_ Claro que me lembro! Você e Ítalo sempre me venciam. Mas se bem me lembro, usávamos espadas de madeira.
_ Que diferença faz?
_ Não pode comparar espadas de brinquedo com espadas de verdade.
_ É tudo a mesma coisa. Me ajude logo a descer desse cavalo e vamos matar este dragão.
_ Está certo.
João desceu do cavalo e ajudou a Princesinha a descer do seu.
_ Vá na frente, João. _ Disse a Princesinha,  já sem muita coragem. _ Afinal de contas, você é o meu escudeiro.
_ Está bem. _ Disse João tomando a sua frente. _ Neste caso, não é melhor que eu segure a espada?
_ Está certo. _ Disse a Princesinha entregado a espada para João.
_ Como sabe que tem um dragão aqui dentro?
_ Por que os dragões costumam se esconder em cavernas.
_ Espero que não seja um dos grandes. Eu nunca matei um dragão.
_ Muito menos eu. _ Disse a Princesinha, já um tanto amedrontada.
_ E por que tem que matar um?
_ Não sei. Faz parte das aventuras.
_ Mas por que temos que matá-lo?
_ Para salvar uma princesa, talvez.
_ Mas você já está a salvo. Saiu sozinha da torre.
_ Não sou a única princesa que existe.
A medida que iam entrando na caverna, ficava mais escuro.
_ Não seria melhor acendermos uma tocha? Quase não enxergo nada. _ Disse a Princesinha.
Já começava a ficar apavorada. E se o dragão fosse um dos grandes?
_ Melhor não. _ Disse João. _ Ele facilmente nos avistaria. Vamos contar com o elemento surpresa. Tem certeza de que existe um dragão aqui dentro?
_ Como vou saber? É a primeira caverna em que entramos. Não está com medo, está?
_ Claro que estou. Na verdade estou apavorado. Tem filhos para criar.
_ Não vai acontecer nada! Deixe de bobagens. Deixe que vou na frente. _ Disse a Princesinha antecedendo João.
_ Nesse caso é melhor que você segure a espada.
_ Não. Fique com ela. É muito pesada.
_ E se o dragão atacar?
_ Começo a me arrepender de ter deixado você vir no lugar de André. _ Disse a Princesinha já impacientando-se. _ Aposto que ele estaria com mais coragem que você.
_ Ah! Com certeza. _ Disse João. _ Ele tem muito mais coragem e juízo de menos também. Não tem esposa e filhos. É apenas um menino.
_ Pare de ficar falando o tempo todo em esposa e filhos, foi você quem se ofereceu para vir. Eu não te chamei.
_ Mas chamou meu filho. O que queria que eu fizesse?
_ Já  que veio, comporte-se como um verdadeiro escudeiro.
_ Mas não sou um escudeiro. Sou um simples jardineiro. Não mato dragões. Planto rosas.
_ Pare de reclamar ou vai acordar o dragão. _ Disse a Princesinha num sussurro.
_ Avistou o dragão? _ Sussurrou João também.
_ Claro que não! O que posso ver nesta escuridão? Você e esse tal de elemento surpresa. Daqui a pouco nós é que seremos surpreendidos.
_ Não diz o ditado: “Quem faz surpresa acaba surpreendido”?
_ Deixe esses ditados populares pra lá. Quer saber de uma coisa? Cansei-me desta história de matar dragões. Não quero salvar nenhuma princesa mesmo. Vamos embora desse lugar escuro e abafado. Como está quente aqui!
_ É melhor irmos embora mesmo._ Concordou João.
Deram meia volta e saíram da caverna. Começaram a cavalgar. O dia estava lindo! As árvores eram belas. Quantas flores pelo caminho. Era bem melhor que procurar dragões em cavernas escuras. Ainda teriam outras aventuras menos perigosas.

O Barco Boas Novas


O Barco Boas Novas




No Marajó, foi estabelecido um importante trabalho missionário.No ano de 1914, Daniel Berg visitou Caviana, sendo bem recebido até por pessoas não-evangélicas. Ali, os irmãos oraram ao Senhor pedindo um barco, e Deus tocou o coração de um fazendeiro da ilha para ofertar a embarcação. O barco recebeu o nome de "Boas Novas" e foi o primeiro meio de transporte utilizado para evangelização pela Assembléia de Deus no Brasil.

Olga

 Olga

Olga foi à frente da classe para iniciar o trabalho. Não era bem do tipo popular, uma estranha no ninho,como muitas vezes se sentia Anabel naquela escola.
Olga era estranha, é bem verdade, mas não tanto para receber tantos agravos como recebia.
Os demais do grupo haviam faltado. Uma dor de barriga coletiva? O professor não deu moleza. Ou Olga apresentava sozinha ou ficava sem a nota.
Sentiu que a garota arrastava os pés. Pareceu não dar confiança para os risos. A turma já começava a caçoar antes mesmo da garota abrir a boca. Fabríca parecia liderar as alfinetadas. Logo Fabrícia.Que vontade de rir.Não queria se meter, mas logo Fabrícia. Qual é? A garota não tinha espelho em casa? E porque Olga não a colocava em seu devido lugar?  
A bagunça estava geral. O trabalho havia começado e o professor não falava nada. Olhou nos olhos de Olga. Estava na cara que ela não suportava aquele lugar. Ir à escola não passava de uma obrigação.
Eles depreciaram sem pena e sem dó, sem nenhum motivo aparente. Anabel olhava um por um. Fabrícia, Fred, Alex, cada um tinha uma piadinha para soltar para a menina. Céus, o que uma pessoa tem que fazer para ganhar pontos? Entendeu a dor de barriga coletiva daquele grupo. Apresentar um trabalho naquela turma era o mesmo que ser atirado numa arena de leões.
Olga mantinha-se quase fria.Falava sobre o trabalho. Escorregava aqui, mantinha-se firme ali. Por hora brincava também e em outros despejava respostas cáusticas. Ninguém é de ferro. Olga detestava todos eles. Estava escrito em sua testa.
Fabrícia ficou sem graça, mas não se deu por vencida. Fred calou a boca logo que foi confrontado com uma resposta inteligente em rebate a uma coisa errada que ele julgava certa.
Simone ajudava. Simone era uma boa alma. O trabalho terminou e o professor deu os parabéns.
Anabel sentiu nojo de tudo aquilo. Nojo de seus amigos, se assim os podia chamar, que diziam toda sorte de desaforos a fim de unicamente desestabilizar o trabalho da colega. Nojo do professor que não tinha forças para combater uma turma tão insuportável. Anabel não era cega. Ele também não gostava deles. Ele simplesmente se deixara vencer. Entrava na sala. Comentava a matéria em respeito a quem viera realmente estudar. Recebia outros comentários jocosos e mandava de volta outros, que a turma nem sempre tinha inteligência para discernir. Passava o dever. Fazia a chamada. Vez ou outra olhava para o relógio e só dava um leve sorriso quando o sinal já ia bater.  
O pior de tudo fora o nojo que Anabel sentira dela mesma por não ter defendido Olga. Simone não tivera coragem? Por que Anabel ficara quieta? Sabia a resposta. Era uma covarde. Não podia entrar em atrito com aquela gente. Não era como Simone, a queridinha de todos. Estava do outro lado, como Olga e o próprio professor. Naquela sala, para sobreviver, era necessário matar um leão por dia.

   

O primeiro dia de aula


O primeiro dia de aula


O primeiro dia de aula para Anabel. Transferida quase no meio do ano. Aquilo era injusto. A escola era bonita, mas não se sentiu bem ali. Já adivinhava que teria problemas.
Anabel entrou na sala de aula. Teve vontade de sair correndo. Entrar numa turma de segundo ano nesta altura do campeonato era uma loucura. Ela sabia que ia ser pedreira.
Entrou e sentou-se numa cadeira no fundo da sala. A turma era barulhenta. Alguns estranharam o fato dela entrar na sala, mas ninguém fez nenhuma pergunta.
A professora entrou com cara de poucos amigos. Tentava falar e ninguém deixava. Deus! Aquilo parecia um pesadelo.
Um garoto louro não parava de falar. Levantada a todo tempo. Dizia gracinhas. Será que era sempre assim? Não gostou dele de cara. Conhecia tipos como aquele. Tão logo descobriria um apelido para ela e não mais a deixaria em paz. Que saudade da outra escola. Que saudade do Fernando. Ele jamais faria algo do tipo com ela.
_ Vamos fazer um trabalho em grupo. _ Propôs a professora. _ Dividam-se em grupos de quatro.
Anabel sobrou. Mas isso ela já sabia. Não conhecia ninguém e nenhuma menina lhe estendeu a mão. Anabel já estava acostumada. Mas nem por isso doía menos.  Só não contava que sobrasse para ela a dupla rejeitada por todos. O garoto louro e o amigo. Formavam uma dupla intragável. Ela teve que se juntar a eles, por ordem da professora.
Um nó subiu em sua garganta. Fazer um trabalho de grupo com aqueles garotos?! Ela não merecia. Não no primeiro dia. A professora só podia estar brincando. Ela entregou o texto na mão de Anabel. Os outros dois não estavam nem aí.
Era melhor puxar algum assunto ou não ia rolar nenhum trabalho.
_ Oi, sou Anabel. _ Ela disse num fio de voz. _ E vocês?
Os dois a mediram de cima a baixo e o louro falou:
_ Eu sou o Alex e este Guri é o Fred.
_ Vamos começar a ler o texto? _ Ela propôs.
Eles não falaram nada. Apenas ficaram olhando para ela com cara de quem está diante de um ET.
Ela começou a ter o texto em voz alta. Mas eles não estavam nem aí. Olhou para eles. Tinham uma cara debochada. Tudo de novo! Pensara que tinha se livrado disso.
O trabalho não andava. Parecia que ela estava lendo para as paredes.
Alex cochichou algo no ouvido de Fred. Os dois riram. Só podia ser dela. Mas não falou nada. Não queria confusão no primeiro dia de aula.
_ Tu falas muito engraçado, guria. _ Disse Alex, não se contendo.
_ Você é quem fala engraçado, guri. _ Disse Anabel enfatizando a palavra guri.
Eles riram novamente. Anabel teve vontade de sair correndo. Logo no primeiro dia! Por que o pai sempre fazia aquilo com ela?
Voltou a ler. Mais baixo, quase que para si mesma. Não estava nem aí para aqueles moleques.
_ Vou ao banheiro. _ Disse Alex, levantando-se.
Ele falou com a professora e saiu. Ela não parecia gostar dele também. Deixou ir sem nenhum problema. Parecia querer vê-lo pelas costas.
Ela e Fred começaram o trabalho. Na verdade ela começou, Fred não contribuía com muita coisa. Na verdade, com quase nada. Mas pelo menos estava lá. Enquanto Alex parecia ter esquecido da vida.
_ O guri está demorando, não achas?
_ Não pense que vou colocar o nome dele no trabalho se ele não fizer nada. _ Disse Anabel, com uma fúria que desconhecia. _ Vai buscar o seu amiguinho.
_ Vai tu, guria. _ Disse Fred, recostando-se na cadeira.
Que raiva daquele garoto também. Não fazia nada e nem pra buscar o amigo servia. Se ficasse ali, acabaria pulando no pescoço dele.
_ Vou mesmo. – Disse entregando a folha ao rapaz. _ Vai terminado aí.
Geralmente era mais cordata. Mas estava detestando aqueles dois.
Pediu licença à professora e saiu. Precisava mais esfriar a cabeça do que achar Alex.  Foi ao bebedouro. Uns meninos jogavam futebol no pátio. Alex simplesmente estava sentado, assistindo o jogo. Como se não tivesse mais nada para fazer. Mas isso não ia ficar assim mesmo. Foi até ele.
_ Se você quer ficar aí se divertindo, pode ficar. Mas nem pense que vou colocar o seu nome no trabalho.
_ Qual é, guria? _ Disse Alex com a mesma cara cínica. _ Já estou indo.
Ela virou as costas e ele veio atrás dela. Ganhou um inimigo. Ela sentia. Por que os garotos faziam aquilo? Não podia entender.
Com Fernando fora diferente. Ele lhe dava atenção. Por que o pai tinha que viver pulando de galho em galho? Não estaria tão infeliz agora.
Entrou dentro da sala e arrancou a folha de Fred. Ele não escrevera uma linha. Olhou para ele. Fuzilando-o com o olhar. Não adiantava. Eles que ficassem pra lá. Meninos! Ia fazer o trabalho sozinha.
Os garotos brincavam o tempo todo. Anabel tinha vontade de chorar. Mas não ia dar este gostinho a eles.
Terminou o trabalho e colocou o nome dos dois. O sinal bateu e ela voltou pro seu lugar. Na hora do recreio ficou sozinha. Não abriu mais a boca, durante toda aula. Quando o sinal bateu, avisando o fim das aulas, se sentiu aliviada. Odiou aquela escola. Odiou aqueles garotos. Queria nunca mais colocar os pés naquela escola. Mas sabia que não podia fazer aquilo.     
    


 FIM

O Garoto Perfeito

 O Garoto Perfeito

Anabel chegou à casa. Era quase noite. O trabalho demorara um pouco mais do que imaginara.
            Fernando conversara com ela. Fora tão atencioso. É certo que ficaram meio sem jeito enquanto estiveram sozinhos. Não era amiga dele. Não tinham conversa para fluir. Mas na hora do lanche, conversaram bastante. Nunca um rapaz tão bonito lhe dispensara tanta atenção.
            Os rapazes bonitos da escola, conversam apenas com as meninas bonitas. Meninas do tipo de Anabel não lhes atraíam a atenção.        
            Anabel tinha acabado de se mudar. Isso acontecia sempre. Seu pai era militar e viviam mudando de um lugar para outro, feito ciganos. Nem bem fazia amigos e tinha que começar tudo de novo. Aquilo era insuportável para ela.Era estranho cair de pára-quedas numa escola onde todos se conheciam. Ela não conhecia ninguém.
            O primeiro laço de amizade que travou foi com Laís. Sabia que seriam amigas para a vida inteira. Mas Laís era sincera demais pro seu gosto. Muitas vezes a deixava em saias justas. Mas tinha um bom coração. Mentira e falsidade eram palavras que não existiam no dicionário da vida dela. Podia confiar na garota. Viviam aos trancos e barrancos, mas não se largavam.
            Com Helena era mais fácil. Era mais maleável. Era irmã do garoto mais popular da escola, mas não parecia rezar na cartilha deles. Ela podia ficar na turma mais badalada do colégio. No entanto, preferia ter suas próprias amigas e Anabel estava entre elas.
            Logo passaram a sentarem-se juntas. Eram como unha e carne. Amigas inseparáveis. Com a grande vantagem de Helena ser irmã do garoto mais interessante da escola.
            Lembrou-se de um dia em que ele estava jogando vôlei no pátio da escola, na hora do recreio. Anabel atravessou o pátio e bem nesta hora a bola caiu e os dois quase se trombaram. Ele olhou diretamente em seus olhos e ela quase parou de respirar.
            Desviou-se dele sem falar nada. Ele era irmão de sua amiga, mas não era seu amigo. Por que ele tinha olhado dentro dos seus olhos? Será que ele sabia de alguma coisa?
            Mas agora era diferente. Eles haviam conversado. Eram amigos. Amigos? Não tanto. Mas conversaram. Isto era fato.
            Anabel foi dormir e sonhou com ele. Fernando, o garoto perfeito do colégio.

O Amor de Gerardo e Rita

O Amor de Gerardo e Rita
Elizabeth Teles
Rose Amaral

Essa história de amor
É arretada de bonita
É a história do casório
Do Gerardo mais a Rita

Lá bem longe, tão distante
Num cantinho do Ceará
Juntou Gerardo mais Rita
Pra modo de se casar

Mas entre Gerardo e Rita
Havia um entrevero
Os pais não queriam o casório
Por questões de dinheiro

O Gerardo tinha de sobra
A Rita tinha de menos
De modo que não queriam
Que se desse o casamento


A mãe da Rita avisou:
“Se os pais do moço não querem
Eu também não vou querer
Esse caso de amor, é tratar de esquecer

Mas quem manda no coração?
O Gerardo e a Rita não
De modo que eles fugiram
Para celebrar a união

Casaram-se de madrugada
Numa bela igrejinha
Abençoados pelo santo padre
Daquela cidadezinha

Parece até caso de novela
Ou de Romeu e Julieta
Um padre que entende o amor
De um jovem casal sofredor


Gerardo e Rita mudaram-se
Para outra cidadezinha
E lá então começaram
A aumentar a familiazinha
E o tempo se passou
A família se mudou
Viagem de dias inteiros
Lá pro Rio de Janeiro


Avistaram um lugar
E lá foram morar
Austin do Rio, não do Texas
Mas também longe à beça

O Gerardo mais a Rita
Procuram uma paróquia
Para levar a família
Que sempre estava unida

Quando foram falar com o padre
Tiveram uma baita surpresa
Era o mesmo padre que tinha
Casados aqueles dois, naquela cidadezinha

E o tempo foi passando
Dez anos, vinte anos
E foi grande esse amor
Por mais de cinquenta anos

Tiveram um monte de meninos
Tratados com muito carinho
E o Gerardo finalmente
Se reconciliou com o painho

O velho foi buscar
Lá pras bandas do Ceará
E o trouxe pra bem pertinho
Pra nunca mais separar

No final tudo se ajeita
Quem o amor não rejeita
Aquela união improvável
Acabou sendo perfeita

FIM


26/05/15




               

                

Aprendendo a fazer vasos

Cris Lua
Rose Amaral

            Dizem que casamento é como um vaso que, quando quebra, não dá mais para colar. Eu sempre tive a mesma opinião. Acho que não dá para colar um vaso.  Eu mesma já tentei colar um, só que não consegui. Na verdade, todas as outras pessoas esperam que uma mulher não consiga fazer isso. Parece uma tarefa insuperável para qualquer mulher. E assim foi pra mim.
            Quando comecei a fazer o meu vaso, as coisas pareciam muito difíceis.  E todo mundo duvidou que eu conseguisse. Eu era tão jovem, tão inexperiente em matéria de vasos e não tinha a menor ideia de como começar a fazê-lo.  Acredito que outras em meu lugar nem mesmo teriam tentado, mas o conteúdo daquele vaso era muito precioso para ficar exposto. Eu precisava guardá-lo.
            O meu vaso podia até não ser o mais bonito por fora, nem o maior e muito menos o mais sólido, mas o conteúdo era tão precioso e para mim tão caro, que resolvi tentar e finalmente terminei meu vaso.
            Todavia, no fundo, eu não podia negar que aquele vaso era muito pesado para mim. Eu comecei a fazê-lo quando outras garotas da minha idade nem ao menos pensavam em fazer vasos. Mas eu tinha decidido fazê-lo e com todas as forças procurava carregá-lo da melhor maneira que podia.
            E foi de repente que eu vi meu vaso espatifar em mil pedaços pelo chão. Eu rapidamente peguei o conteúdo que restava e coloquei dentro de um copo e respirei, ainda que com dor, aliviada ao perceber que aquilo que eu mais prezava, continuava intacto.
            Eu fiquei ali, magoada e desanimada, diante de tantos cacos, que foi o que restou do meu vaso. Rapidamente me ofereceram uma pá e uma vassoura para varrer e jogar numa lata lixo todos aqueles cacos. Mas eu não queria e não podia jogar no lixo aquilo que tinha restado do meu vaso. Então eu peguei uma caixa e comecei a recolher um a um, os cacos do meu vaso. E comecei pacientemente o doloroso trabalho de colar cacos.
            Já sabia que seria muito difícil, mas eu não tinha ideia do quanto era pesado aquele trabalho.  E todos os dias eu me sentava e tentava refazer o meu vaso.  Mas por mais que eu me concentrasse, nunca considerava que aquele trabalho estava ficando direito.
            Até que desisti do meu vaso. As pessoas tinham razão: era uma tarefa insuperável para qualquer mulher. E assim foi pra mim. Então passei a mão no meu copo e continuei o meu caminho. Tantas pessoas usam copos. Eu podia fazer o mesmo.
            No princípio me pareceu bem mais fácil. Carregar copos era bem mais leve e eu podia resolver coisas que não tinha resolvido nos tempos de menina.
E o tempo foi passando e então percebi que sentia falta do meu vaso. Copos são práticos, mas os vasos são moldados de acordo com os conteúdos que nos são mais caros e não queremos perder. Copos são tão fáceis de serem confundidos e não têm a marca personalizada de um vaso.
Caminhei até o guarda-roupa e puxei da prateleira mais alta, aquela caixa onde havia guardado os cacos do meu vaso. Reuni todos eles e tomei uma decisão: queria o meu vaso de volta.  Sabia que não dava mais para colar os cacos, mas um vaso novo também não me interessava. Vasos novos também se quebram e tudo o que eu queria era o meu vaso antigo.
Não havia outra alternativa, para ter meu vaso de volta, era necessário esmiuçar os pedaços para que virassem pó. E foi com esse pó que comecei a fazer um novo vaso, com a mesma matéria do primeiro.
Tem gente que não suporta a ideia de vasos reciclados, mas eu não sou os outros. Eu faço o que considero certo, porque peso bem minhas decisões. Fazer vasos é uma coisa trabalhosa. Vasos novos ou reciclados exigem paciência e amor. Sinto que o vaso que carrego agora é mais resistente e eu o levo sem medo, porque sou transparente no que faço e não tenho medo de ser feliz.

FIM


28/05/2015

Um Chazinho de Amor


Um Chazinho de Amor
Lene Lopes
Rose Amaral

                Dizem que amor de primos dura para sempre. A história de Alailton e Eny é bem parecida com todas as outras desse tipo. Sabe aqueles primos que sempre tiveram uma quedinha um pelo outro? A história dos dois é assim.
                A maioria das histórias de amor de primos acaba não dando certo. É pai que não quer, é avó que separa o casal... E quase sempre o casal de primos-namorados acaba brigando, talvez porque já estão acostumados com aquelas briguinhas de infância, de quando ainda pensavam que eram irmãos.
                No entanto, a história deles é daquelas que dão frutos. Dois primos que se casam e constituem famílias, mesmo em face às preocupações que dão um casamento consanguíneo.
                _ Por que a senhora casou com o papai, mamãe? _ Perguntou um dia a filha. _ Não tinha medo de alguém nascer com defeito?
                _ É que o amor vence barreiras, minha filha. _ Respondeu a mãe, com carinho. E mesmo que vocês tivessem defeitos, eu os amaria do mesmo jeitinho!
                Esse amor tão grande deve ser efeito do chá do João.  Vocês não conhecem que chá é esse? Pois eu vou contar a história:
                O João era o pai do Alailton, que quando criança era bem doentinho. O médico disse para o João que o que a medicina não curava, as plantas podiam curar.
                O João se pegou com aquilo e começou a dar chás para o filho. Chá de plantas, chá de amor. E assim curou o filho, com a bênção do Senhor!
                Foi assim que o menino cresceu e constituiu família com a prima querida. Foi um pai amoroso. Amor que aprendeu com o João, que sabia mexer com as plantas e fazer chá com o coração.

Fim


26/05/15

Viajando nos teus olhos

Viajando nos teus olhos


Catia Moreira
Rose Amaral

            Quando o sol se pôs no sertão, Iracema resolveu que era hora de mudar. Hora de dar rumo na vida. Era hora de trabalhar. Quem sabe no Rio de Janeiro as coisas seriam melhores? Na certa poderia arranjar um bom emprego.
            Então Iracema partiu. Viu o sol nascer e se pôr, naquela viagem tão comprida.
            As portas se abriram para Iracema. Ela encontrou um lugar para trabalhar na Casa da Paz, junto das freiras.
            Iracema gostou do trabalho. Quando foi tomar o elevador, de repente seu coração estacou. Parecia que ia saltar pela boca, pois olhos bem azuis estavam olhando diretamente para ela.
            Que olho bonito era aquele? Parecia o céu limpo de uma manhã de inverno. Tem amor que acontece logo de primeira vista.
            O moço era muito atencioso e educadamente a levou naquela viagem de elevador. Pois para Iracema foi isso mesmo. Uma viagem onde os dois ficaram calados, naqueles segundos eternos, que só entende quem um dia esteve enamorado.
            Iracema, dedicada, foi cuidar do seu trabalho. Mas guardou no coração aqueles olhos tão lindos, que de tão azuis pareciam um céu de brigadeiro.
            Quando foi tomar o elevador novamente, o moço não perdeu tempo. Foi logo puxando assunto com a Iracema. E mais uma vez o seu coração palpitou. Iracema tinha encontrado o amor numa viagem de elevador.
            Aqueles olhos tinham um nome, que para Iracema passou a ser música, que tocava no mesmo ritmo das batidas de seu coração:Jo - ão, Jo - ão, Jo - ão, Jo - ão.
            E nem precisa dizer que eles foram felizes para sempre. O João era tão romântico e sempre trazia flores para Iracema, que logo se tornou a sua esposa querida. Ele também trazia bombons de coração e escrevia cartinhas ditadas pelo coração.
            _ Minha querida Nove. _ Ele dizia. _ Iracema, que começa com a nona letra do alfabeto.
            E caminharam juntos, de mãos dadas e corações entrelaçados, na longa estrada da vida, como dois jovens apaixonados.

FIM


26/05/15





quinta-feira, 26 de novembro de 2015


Só para falar de amor

Coletânea
2015
 





Só para falar de amor
Coletânea 2015






Colégio Estadual São Judas Tadeu
Biblioteca Balbina Maria Coelho Valle

Colaboradores:

Adilson Amaral
Ana Carolina Gomes
Andrea Ribeiro
Andressa Couto
Ariana Valle
Brenda Aline
Catia Moreira
Clayton Ferreira
Cristiana de Lima
Elizabeth Teles
Éric Alexandre
Gabriel Vettorazzi
Gisele Silveira
Jenifer Souza
Jessica Vitorino
João Vitor Nogueira
Jóice Ferreira
Júlia Campos
Júlia Coelho
Kathleen da Silva
Leticia Alves
Leticia Ferreira
Leticia Marques
Lucas Souza Alves
Marcos Coelho
Natália Gomes
Pamela Rodrigues
Rayane Pereira
Rodrigo Tavares
Rose Amaral
Sidilene Medeiros
TifannyBriceth
Vinicius Marques


















DIVERSOS AUTORES
Discentes, Docentes e Funcionários do
Colégio Estadual São Judas Tadeu



Só para falar de amor
Coletânea 2015






Nova Iguaçu
2015


Introdução

Só para falar de amor
Quem não gosta de ouvir uma boa história de amor? Quem não tem uma história de amor para contar? Quem nunca procurou o amor verdadeiro? Amor de mãe, amor de filho, de pai, de irmão, amor de homem e mulher. Simplesmente amor. Todos estão à procura dele.
Procuramos por essas histórias que cada um tem pra contar. E todo mundo tem uma. A história de amor de seus pais, a história de amor sobre as quais suas famílias foram constituídas. A história de um primeiro amor, de um amor que se perdeu, de um amor que durou pra vida inteira. Todas as histórias de amor são bem-vindas.
Queremos ouvir sobre o amor. Queremos escutar a voz do coração. Registrando essas histórias, queremos dar voz à palavra. O logos (em grego, palavra), que significava inicialmente a palavra escrita ou falada: o Verbo. Mas a partir de filósofos gregos como Heráclito passou a ter um significado mais amplo. Logos passa a ser um conceito filosófico traduzido como razão, tanto como a capacidade de racionalização individual ou como um princípio cósmico da ordem e da beleza.
Na teologia cristã o conceito filosófico do logos foi adotado no Evangelho de João. O evangelista se refere a Jesus Cristo como o Logos, isto é, a Palavra: "No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com o Deus, e a Palavra era Deus" (João 1:1). Pois logos é o princípio de tudo, e logos sempre foi amor.
















Elas contam...












Viajando nos teus olhos

Catia Moreira
Rose Amaral

            Quando o sol se pôs no sertão, Iracema resolveu que era hora de mudar. Hora de dar rumo na vida. Era hora de trabalhar. Quem sabe no Rio de Janeiro as coisas seriam melhores? Na certa poderia arranjar um bom emprego.
            Então Iracema partiu. Viu o sol nascer e se pôr, naquela viagem tão comprida.
            As portas se abriram para Iracema. Ela encontrou um lugar para trabalhar na Casa da Paz, junto das freiras.
            Iracema gostou do trabalho. Quando foi tomar o elevador, de repente seu coração estacou. Parecia que ia saltar pela boca, pois olhos bem azuis estavam olhando diretamente para ela.
            Que olho bonito era aquele? Parecia o céu limpo de uma manhã de inverno. Tem amor que acontece logo de primeira vista.
            O moço era muito atencioso e educadamente a levou naquela viagem de elevador. Pois para Iracema foi isso mesmo. Uma viagem onde os dois ficaram calados, naqueles segundos eternos, que só entende quem um dia esteve enamorado.
            Iracema, dedicada, foi cuidar do seu trabalho. Mas guardou no coração aqueles olhos tão lindos, que de tão azuis pareciam um céu de brigadeiro.
            Quando foi tomar o elevador novamente, o moço não perdeu tempo. Foi logo puxando assunto com a Iracema. E mais uma vez o seu coração palpitou. Iracema tinha encontrado o amor numa viagem de elevador.
            Aqueles olhos tinham um nome, que para Iracema passou a ser música, que tocava no mesmo ritmo das batidas de seu coração:Jo - ão, Jo - ão, Jo - ão, Jo - ão.
            E nem precisa dizer que eles foram felizes para sempre. O João era tão romântico e sempre trazia flores para Iracema, que logo se tornou a sua esposa querida. Ele também trazia bombons de coração e escrevia cartinhas ditadas pelo coração.
            _ Minha querida Nove. _ Ele dizia. _ Iracema, que começa com a nona letra do alfabeto.
            E caminharam juntos, de mãos dadas e corações entrelaçados, na longa estrada da vida, como dois jovens apaixonados.

FIM


26/05/15








O meu amor
Catia Moreira

Conheci meu marido através de uma amiga em comum. A princípio não surgiu nada entre nós, porque ambos gostávamos de outras pessoas.
A amizade cresceu entre nós e logo começamos a trocar confidências. Eu sabia que ele era apaixonado pela minha amiga e procurava dar força para ele. Ele também sabia da minha paixão não correspondida.
O problema (que agora eu vejo como solução) era que a minha amiga não dava a mínima para ele. Quando saíamos juntos, eu ficava dando uma de “Cupido” para tentar ajudá-lo. Mas minha amiga sempre saía pela tangente e por mais força que eu fizesse, o meu papel de “Cupido” não estava dando certo. Ainda bem que eu falhei nessa parte, mas na época, me parecia muito triste que meus esforços em nada adiantassem para que meu amigo fosse feliz.
Nós ficávamos remoendo nossa falta de sorte no amor. Mas sempre dávamos força para que ambos não desistíssemos de nossas paixões.
Um dia tomamos uma decisão. Do jeito que estávamos não poderíamos mais ficar. Então marcamos de ir a um culto. Deus daria uma solução para os nossos problemas. Nós dois não merecíamos ficar naquela desilusão.
Minha amiga também estava conosco e continuava no firme propósito de ignorar os sentimentos do meu amigo. Então eu pedi a Deus que me ajudasse e resolvesse o meu problema. De repente eu virei e olhei pro meu amigo e naquele instante foi como se uma flecha atravessasse o meu peito. Eu percebi algo muito diferente naquela hora. Nunca tinha reparado no meu amigo daquele jeito. O engraçado foi que depois, ele me disse que sentiu a mesma coisa, naquela mesma hora. Aquela só podia ser uma resposta de Deus.
Começamos a nos ver com mais frequência e conversávamos por horas por telefone. Até que percebemos que aquela grande amizade havia se transformado em um lindo sentimento de amor para a glória de Deus.
Deus estava no controle e respondeu nossas orações. Não sabemos os caminhos de Deus. Eu pensava que deveria aproximar o meu amor da minha amiga, mas foi a minha amiga que aproximou o meu amor de mim. Após três anos de namoro, nos casamos e estamos juntos há onze anos. E quem disse que não existe amor à segunda vista?

FIM

29/05/15













Um Chazinho de Amor
Lene Lopes
Rose Amaral

                Dizem que amor de primos dura para sempre. A história de Alailton e Eny é bem parecida com todas as outras desse tipo. Sabe aqueles primos que sempre tiveram uma quedinha um pelo outro? A história dos dois é assim.
                A maioria das histórias de amor de primos acaba não dando certo. É pai que não quer, é avó que separa o casal... E quase sempre o casal de primos-namorados acaba brigando, talvez porque já estão acostumados com aquelas briguinhas de infância, de quando ainda pensavam que eram irmãos.
                No entanto, a história deles é daquelas que dão frutos. Dois primos que se casam e constituem famílias, mesmo em face às preocupações que dão um casamento consanguíneo.
                _ Por que a senhora casou com o papai, mamãe? _ Perguntou um dia a filha. _ Não tinha medo de alguém nascer com defeito?
                _ É que o amor vence barreiras, minha filha. _ Respondeu a mãe, com carinho. E mesmo que vocês tivessem defeitos, eu os amaria do mesmo jeitinho!
                Esse amor tão grande deve ser efeito do chá do João.  Vocês não conhecem que chá é esse? Pois eu vou contar a história:
                O João era o pai do Alailton, que quando criança era bem doentinho. O médico disse para o João que o que a medicina não curava, as plantas podiam curar.
                O João se pegou com aquilo e começou a dar chás para o filho. Chá de plantas, chá de amor. E assim curou o filho, com a bênção do Senhor!
                Foi assim que o menino cresceu e constituiu família com a prima querida. Foi um pai amoroso. Amor que aprendeu com o João, que sabia mexer com as plantas e fazer chá com o coração.

Fim

26/05/15



Aprendendo a fazer vasos

Cris Lua
Rose Amaral

            Dizem que casamento é como um vaso que, quando quebra, não dá mais para colar. Eu sempre tive a mesma opinião. Acho que não dá para colar um vaso.  Eu mesma já tentei colar um, só que não consegui. Na verdade, todas as outras pessoas esperam que uma mulher não consiga fazer isso. Parece uma tarefa insuperável para qualquer mulher. E assim foi pra mim.
            Quando comecei a fazer o meu vaso, as coisas pareciam muito difíceis.  E todo mundo duvidou que eu conseguisse. Eu era tão jovem, tão inexperiente em matéria de vasos e não tinha a menor ideia de como começar a fazê-lo.  Acredito que outras em meu lugar nem mesmo teriam tentado, mas o conteúdo daquele vaso era muito precioso para ficar exposto. Eu precisava guardá-lo.
            O meu vaso podia até não ser o mais bonito por fora, nem o maior e muito menos o mais sólido, mas o conteúdo era tão precioso e para mim tão caro, que resolvi tentar e finalmente terminei meu vaso.
            Todavia, no fundo, eu não podia negar que aquele vaso era muito pesado para mim. Eu comecei a fazê-lo quando outras garotas da minha idade nem ao menos pensavam em fazer vasos. Mas eu tinha decidido fazê-lo e com todas as forças procurava carregá-lo da melhor maneira que podia.
            E foi de repente que eu vi meu vaso espatifar em mil pedaços pelo chão. Eu rapidamente peguei o conteúdo que restava e coloquei dentro de um copo e respirei, ainda que com dor, aliviada ao perceber que aquilo que eu mais prezava, continuava intacto.
            Eu fiquei ali, magoada e desanimada, diante de tantos cacos, que foi o que restou do meu vaso. Rapidamente me ofereceram uma pá e uma vassoura para varrer e jogar numa lata lixo todos aqueles cacos. Mas eu não queria e não podia jogar no lixo aquilo que tinha restado do meu vaso. Então eu peguei uma caixa e comecei a recolher um a um, os cacos do meu vaso. E comecei pacientemente o doloroso trabalho de colar cacos.
            Já sabia que seria muito difícil, mas eu não tinha ideia do quanto era pesado aquele trabalho.  E todos os dias eu me sentava e tentava refazer o meu vaso.  Mas por mais que eu me concentrasse, nunca considerava que aquele trabalho estava ficando direito.
            Até que desisti do meu vaso. As pessoas tinham razão: era uma tarefa insuperável para qualquer mulher. E assim foi pra mim. Então passei a mão no meu copo e continuei o meu caminho. Tantas pessoas usam copos. Eu podia fazer o mesmo.
            No princípio me pareceu bem mais fácil. Carregar copos era bem mais leve e eu podia resolver coisas que não tinha resolvido nos tempos de menina.
E o tempo foi passando e então percebi que sentia falta do meu vaso. Copos são práticos, mas os vasos são moldados de acordo com os conteúdos que nos são mais caros e não queremos perder. Copos são tão fáceis de serem confundidos e não têm a marca personalizada de um vaso.
Caminhei até o guarda-roupa e puxei da prateleira mais alta, aquela caixa onde havia guardado os cacos do meu vaso. Reuni todos eles e tomei uma decisão: queria o meu vaso de volta.  Sabia que não dava mais para colar os cacos, mas um vaso novo também não me interessava. Vasos novos também se quebram e tudo o que eu queria era o meu vaso antigo.
Não havia outra alternativa, para ter meu vaso de volta, era necessário esmiuçar os pedaços para que virassem pó. E foi com esse pó que comecei a fazer um novo vaso, com a mesma matéria do primeiro.
Tem gente que não suporta a ideia de vasos reciclados, mas eu não sou os outros. Eu faço o que considero certo, porque peso bem minhas decisões. Fazer vasos é uma coisa trabalhosa. Vasos novos ou reciclados exigem paciência e amor. Sinto que o vaso que carrego agora é mais resistente e eu o levo sem medo, porque sou transparente no que faço e não tenho medo de ser feliz.

FIM

28/05/2015






O amor contado em cordel






O Amor de Gerardo e Rita
Elizabeth Teles
Rose Amaral

Essa história de amor
É arretada de bonita
É a história do casório
Do Gerardo mais a Rita


Lá bem longe, tão distante
Num cantinho do Ceará
Juntou Gerardo mais Rita
Pra modo de se casar

Mas entre Gerardo e Rita
Havia um entrevero
Os pais não queriam o casório
Por questões de dinheiro

O Gerardo tinha de sobra
A Rita tinha de menos
De modo que não queriam
Que se desse o casamento


A mãe da Rita avisou:
“Se os pais do moço não querem
Eu também não vou querer
Esse caso de amor, é tratar de esquecer

Mas quem manda no coração?
O Gerardo e a Rita não
De modo que eles fugiram
Para celebrar a união

Casaram-se de madrugada
Numa bela igrejinha
Abençoados pelo santo padre
Daquela cidadezinha

Parece até caso de novela
Ou de Romeu e Julieta

Um padre que entende o amor
De um jovem casal sofredor


Gerardo e Rita mudaram-se
Para outra cidadezinha
E lá então começaram
A aumentar a familiazinha
E o tempo se passou
A família se mudou
Viagem de dias inteiros
Lá pro Rio de Janeiro


Avistaram um lugar
E lá foram morar
Austin do Rio, não do Texas

Mas também longe à beça

O Gerardo mais a Rita
Procuram uma paróquia
Para levar a família
Que sempre estava unida

Quando foram falar com o padre
Tiveram uma baita surpresa
Era o mesmo padre que tinha
Casados aqueles dois, naquela cidadezinha

E o tempo foi passando
Dez anos, vinte anos
E foi grande esse amor
Por mais de cinquenta anos

Tiveram um monte de meninos
Tratados com muito carinho
E o Gerardo finalmente
Se reconciliou com o painho

O velho foi buscar
Lá pras bandas do Ceará
E o trouxe pra bem pertinho
Pra nunca mais separar

No final tudo se ajeita
Quem o amor não rejeita
Aquela união improvável
Acabou sendo perfeita

FIM


26/05/15




               
               










Quem ama faz poesias






Nasceu uma estrela
Iago Silva

Nasce uma estrela
Com o nome de uma princesa
Para brilhar intensamente
Sara mais que princesa


Com os olhos cor de mel
Os cabelos enrolados
Tão branquinha como a neve
Brilhando no meu espaço

Meu espaço sideral
Onde tem muitas estrelas
Mas só uma se destaca
É Sara a princesa
Nasceu em dois mil e um
Quatorze anos faz então
Sua presença é eterna
Nos meus sonhos
E no meu coração



05/06/15



Ficar ou Amar

                                                                                            Clayton Ferreira

Não sei mais o que falar nem o que fazer
Gosto dela,mas não sei se ela gosta de mim
 Fico, fico sim, com muitas garotas
Mas não é a mesma coisa que um namoro
Me sinto só
Mas... sei lá.

        

18/09/2015











Novo Horizonte
Iago Silva

A vida é cheia de afazeres
E nessa minha vida eu ocupo de forma simples
Eu refaço o meu mundo
E invento mais um
Faço isso com a música

Eu toco o meu violino
E crio um horizonte de novas notas em um som
Eu amo oque faço
Eu crio um novo sentido

23/10/2015






Melodia tenho tanto
Iago Silva

Tenho tanto pra dizer
Mas você não quer saber
Diz que é perda de tempo
Eu amar tanto você


Tenho tanto, tanto tenho
Tentado te esquecer
Cheguei até me apaixonar
Mas não amar como amo você

Tenho tanto me iludido
Por garotas por ai
Mas você não me ilude
Só me torna mais feliz

Tenho tanto em ti pensado
Mas não sei se pensar em mim
Seus pensamentos são sobre ele
E os meus sobre ti
Você pode achar que é chato
O que eu escrevo e o que eu digo
Mas chato é amar alguém
Que só me vê como amigo

Se amar for um pecado
Eu já estou condenado
Por ti amar intensamente
E não te ter do meu lado


07/06/15















Saiba amar

Pamela Rodrigues

Amar não é machucar

Amar não é sofrer
Amar é simplesmente amar!
Que seja eterno amar...
Sem medo de se arrepender!














Se querer fosse poder

Iago Silva

Se querer fosse poder
Eu queria ser ladrão
Para quando eu vir você
Roubar o seu coração
Se querer fosse poder
Não existiria inferno
Seria só eu e você
No universo paralelo

Uma estrela da sorte
Que ilumina meus caminhos
E olhando pra mim
Não me deixa ir sozinho

Ir sozinho por ai
Na escuridão da estrada
Se querer fosse poder
Seria minha namorada

16/06/15


Hoje

Iago Silva

Hoje você foi embora
Nem se quer me disse adeus
Não sei se foi de propósito
Ou se foi porque esqueceu

Melhor ter sido de propósito
Do que ter sido esquecido
Continuo eu pensando
Como pude ser esquecido?

Só que eu sou tão grudento
Sufocante
E seu amigo



05/07/15


Hoje à tarde

                                                                                                 Iago Silva

Hoje à tarde vi você
E vi que estava diferente
Estava simplesmente linda
Mas do que antigamente
Estava com cara de sono
Mas jurou não ter dormido
Decidi acreditar
Porque em você confio

Hoje à tarde vi você
Seu sorriso estava esplêndido
Mas tive que vir embora
Mesmo sem querer querendo


Sem querer ter te deixado
Querendo ficar contigo
E pra não morrer de saudades
Deixei meu coração contigo



16/07/15













Pensando em você
                                                                                                      Iago Silva

Você parece estar tão fria
Quando vem falar comigo
Diz que sou muito grudento
E só sou seu amigo

Se você está sorrindo
Eu posso sorrir também
Pois em ver o seu sorriso
Eu posso me sentir bem

Você é muito bonita
E eu não sirvo pra você
Você é tudo que eu queria
Mas nunca vou poder ter


05/08/15




Se fosse...

                                                                                           Iago Silva

Se fosse pra ser eterno
Teria que ser com você
Que é a razão da minha vida

E o querer do meu viver

Se fosse pra ser contigo
Seria no Paraíso
Lá onde Adão e Eva
Juntos perderam o juízo

Não importa se alguém ama
Se esse alguém não é você
Prefiro morrer te amando
Do que ver você morrer


05/08/15

Conheci

                                                                                              Iago Silva

Conheci há poucos dias
Uma linda garotinha
Através de um colega
Era Beck ou Rebequinha
No início não quis nada
Nada além de me enturmar
Mas com seu sorriso esplêndido
Fez eu me apaixonar

E meu amigo Lugano
O que ele me diria
Se soubesse que eu amo
Tanto a sua Rebequinha?

Decidi contar pra ela
Vamos ver no que vai dar
Sei que ele a ama
Só eu também a amo.



Gostar ou Amar
Jóice Ferreira

As pessoas pensam que gostar é amar,
Mas na verdade não é,
Gostar é um tipo de afeto,

Um carinho que uma pessoa sente pela outra.
 Amor é diferente,
O amor é um sentimento tão profundo,
Que uma pessoa sente pela outra.
 Infelizmente tem muita gente gostando
 E pensando que está amando.
O amor é uma coisa que não tem como explicar.
A pessoa que você ama será muito especial para você,
 Irá desejar que ela sempre esteja ao seu lado. 

FIM
19/09/2015








Faz tempo

                                                                                           Iago Silva

Faz tempo que eu não te vejo
A saudade tá de matar
Não sabe o quanto eu desejo
Tanto te encontrar

Mas eu já vi que não vai dar
Na minha rua você não vai passar


Estou precisando de um abraço
Mas se você me abraçar
Eu não vou te largar
Vem aqui me abraçar
Vamos ver no que vai dar

É só você, Sara
Que me faz flutuar
Faz-me flutuar
Sem do chão levantar



27/07/15

Morte Súbita
                                      Letícia Marques 

Talvez seja um pouco difícil falar de amor, quando seu coração foi quebrado duas vezes seguidas (mesmo sabendo que acontecerá outras vezes mais).
            A questão é, por que não desistimos desse sentimento que nem sempre é recíproco? Ou até mesmo por que insistimos em gostar de pessoasque mentem,dizem nos amar, porém é tudo falso.
No começo é até legal, mas com o tempo passamos a nos olhar como se fossemos estranhos, e um não aguenta o outro.
E para onde foram suas juras de amor?
Será que o que as espantou foi esse calor?
Ou Talvez apenas seja o meu fardo viver de cabeça sempre cheia e de coração sempre partido.















Trocando cartas
de amor













Impressionante

Éric Alexandre

               
É Impressionante como Deus sabe tão bem o que fazer e como fazer. Já que ao olhar para mim, ele viu o quanto eu precisava de alguém, para ser mais preciso, uma companheira. Então com toda a sua graça e compaixão, me concedeu o maior milagre que eu poderia receber depois do milagre da vida. . . Você, um milagre de Deus na minha vida!
Você é muito mais do que eu sonhei ou poderia sonhar.
Minha melhor amiga, minha eterna companheira, minha confidente, meu porto seguro, minha amada, meu amor, meu tudo. Você é tudo isso e muito, muito mais. A mulher da minha vida,que me faz feliz de uma forma que mil declarações não seriam o suficiente para descrever o quão grande é o meu amor por você.
Por isso sou eternamente grato a você, que com todo o seu amor, cuida tão bem de mim e me faz tão completo, realizado, satisfeito com tudo o que envolve o nosso tão único amor. Por isso, nunca te deixarei esquecer que durante toda a minha vida eu te amarei e me dedicarei por inteiro somente a você!
Eu te amo mais que tudo, meu amor!
Tudo que eu tenho e tudo que sou, será para sempre teu meu amor, minha Tiffany.

FIM

18/09/2015





 Amei
TifannyBriceth

Amor, tantos já ouviram falar do amor. Amar, tantos acharam que um dia já amaram. Nada poderiaser mais contraditório. Várias pessoas ainda não compreendem esse sentimento, mas eu posso dizer que estou aprendendo amar. Amarpouco a pouco, errare acertar.
Eu beijo, abraço, acolho, mas apesar de tudo eu amo. Eu amo a alma, sinto o coração, sinto a vida, a vida bem junto a ti. O amor além de serverdadeiro tem de serrealista, para que outros possam tomar iniciativa de amar, deixar de se levar porsensações não duradouras. O amor unido por dois não se separa, nada separa,absolutamente nada.  Sofremos, porém vivemos. Mesmo enigmático éabsurdamente mágico. São horas, dias, semanas, anos dedicados a quemvocê ama, não pra quem finge que ama.
Com um simples olhar você consegue ouvirum“eu te amo”, você consegue essa ligação que acalma qualquer tempestade em seu interior. O amor te envolve, temelhora, te corrige, te evolui. Amaré muito mais que cair num mar de rosas, é mergulhar e ver além, é expandir, se afogarem amor. Conquistar faz parte, ciúme pode descartar. Vamos amar, sim, vamos amar, aprender amar. Transformar esse amargo, frio e tenebroso da vida em algo doce, quente e luz. Permite. Permita-se. Deixe fluir, acender o calor, o calor mais puro do amor. Ame em chamas, amem-se. Amei. Você pode me amar, seja no silêncio da noite, como no silêncio da manhã, só me ame...Éric.
 Dedico ao meu namorado mais fofo do mundo com milhares de adjetivos bons, porque os ruins ele transforma a cada dia. Com o que?  Com o amor... Eu te amo muito!!!  Obrigada Deus, obrigada Éric, obrigada amores meus.

Fim
22/09/2015

Manhãs ensolaradas

Júlia Coelho

Sentimentos bons são como as manhãs ensolaradas, manhãs em que você se sente vivo e parte do universo. E o amor faz parte desses sentimentos.
Um sentimento que pode facilmente ser comparado a um buraco no chãoque não se sabe onde se está entrando ou onde vai parar, mas se arrisca. Arrisca-se por umapessoa que de repenteporta 50% da sua felicidade. Vale a pena!
Aquele nó na barriga, aquela felicidade momentânea que se espalha pelo corpo ao ver o sorriso dessa pessoa.
A necessidade de gritar ao mundo que você ama e não há nada mais puro.
Eu me encaixo nisso, me encaixo em cada clichê amoroso, cada verso de Sheakspeare, cada beijo de novela.
A felicidade me toma o corpo quando vejo o sorriso dessa pessoa.
A pessoa que faz eu me sentir como num sábado de manhã, em paz.
Eu amo, e em vários momentos penso em como tanto amor pode residir no meu corpo, em cada pedacinho meu pode estar vivo ao tocarem no seu nome.
Obrigada, obrigada por me fazer tão especial na sua vida, por cada pôr-do-sol que compartilhamos. Por cada abraço apertado de choro, onde entre nós, só havia amor. Obrigada por existir no mesmo espaço de tempo que eu.Eu te amo. E como diz a música do Los Hermanos “Sem você sou pá furada.”.

Com todo meu amor, para você, Vinicius Marques.

                                                                                            Júlia
                                                                                                          25/09/15




Sem interferências
Leh Alves


Palavras muitas vezes não conseguem descrever certos sentimentos, como sentir algo por alguém que nunca viu e está a quilômetros de distância, mas vale tentar.
Começar de novo, sem interferências, só nós dois e mais ninguém.Não me acostumo com a sua ausência, preciso do seu olhar, seu sorriso lindo e jeito de falar, pois as minhas melhores risadas, somente você consegue arrancar.Como não me apaixonar? Momentos tão incríveis que passamos que o tempo não apagou, não sabempor que essa saudade só faz me maltratar...
O seu amor pra mim é tudo e eu não vou te perder.Juro e penso: será que um dia nos meus sonhos você vem me acordar? E mesmo longe e tão perto, você consegue isso,e ainda me fascina. Agradeço todos os dias porter você, ainda bem que te encontrei! Sei que foi feito pra mim e Deus foi muito maravilhoso por te fazer para minha vida. Espero que em breve a única distância entre nós seja a de nossas bocas.

Leh









Nossa história de amor


Gabriel Vettorazzi

Hey, te amo tá!
Você apareceu assim, do nada na minha vida e me conquistou por completo. Depois de todo esse tempo eu te amo mais e mais, é como se a cada dia meu amor por você se renovasse.
Eu poderia listar coisas que eu odeio em você, mas não posso e não consigo. O mais importantee o quemais odeio, é a forma como eu te amo e quero passar o resto da vida ao seu lado.
Estamos vivendo nossa história de amor, um enredo tão doce e complexo, que creio eu, não poder viver isso novamente e nem com outra pessoa.
Enfim, te amo demais, minha branca.
E espero passar a vida com você, te fazendo a mulher mais feliz do mundo.

                                                      Gabriel
13/10/15










Junto a ti
(Resposta de uma carta de amor)


Oh meu branco, como é bom ler algo assim!
Você entrou na minha vida aos poucos e agora tomou um espaço enorme no meu coração, e também não sei como poderia viver algo assim com outra pessoa.
Aprendo contigo todos os dias e me sinto feliz cada vez mais por estar junto a ti.É incrível!
As pessoas falam muito de amor à primeira vista, mas eu creio que ele é construído pouco a pouco, todos os dias.
Quero viver muitos anos contigo, te fazer cada vez mais feliz.

 “Com você, para você, sempre.”

 N. Gomes.
20/10/15









Eles nos inspiram a falar de amor

Separação
Andressa Couto
 E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
                           Vinicius de Moraes

Eles se conheceram e se apaixonaram
Eles começaram a namorar e eram felizes
Eles brincaram e brigavam
Eles saíam para lanchar na rua
Porém, eles brigaram, porque as pessoas começaram a falar deles.
Falaram mentiras e o fizeram, porque os achavam um casal muito bonito.
Eles tinham inveja deles, pois eram muito felizes.
Então, começaram a brigar por causa das coisas que inventavam.
Decidiram que iriam se separar por causa disso, mas depois de um tempo,quando se viram na rua, seabraçaramporqueestavamcom saudades.
E ficaram muito felizes com a volta do namoro!
Eles queriam ser felizespara sempre!


20/03/15




Chama Incandescente
Kathleen Mello
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
        Luís de Camões

Amor, flor ornamental do mesmo gênero das violetas,

Com cinco pétalas e em diversas cores.
Ah, o amor...
 O amor é lindo,
Diminui as nossas forças,
Nos deixa anestesiados e insensíveis.
O amor é lindo e perfeito
O amor é paradisíaco, nos deixa nas nuvens,
O amor nos deixa em chamas, faz o corpo pegar fogo
Ficar em chama incandescente...
O amor é lindo, é fofo, é perfeito!

 K.M. 26/03/15






Por Vontade
                                                                                              Lucas Souza Alves
“É querer estar preso por vontade”
        Luís de Camões

Você chega a um estado em que já desistiu de tudo
E se sente preso por tanto tempo,
Que acha que isto é a própria sua vontade.

Mas na realidade você está perdido, sem chão
 E fica preso em um mundo sem ter o que fazer.

 Tem um momento em que já desistiu da sua realidade

 E percebe que criou um mundo alternativo dentro da sua cabeça,
 Pensando que era sua própria vontade,
Porém é você querendo se proteger da realidade da vida.

Encontramo-nos presos em um mundo completamente paranoico,

Pois estamos perdidos no mundo real
Cheio de responsabilidade com os pais, amigos, escola e etc.
 Então, cria-seaquele mundo para isolarmo-nos de tudo que nos deixe mal.
Fim
26/03/15





O que eles disseram



“Gosto muito de ler, mas gosto mais ainda de escrever, de ter algo vindo de mim e passar para o papel. Adoro adquirir conhecimento para não ser enganada pelos outros e ainda assim passar conhecimento aos demais. Resumidamente, minha vida é baseada nisso... Amo fazer cartas, escrever poesias, administrar páginas de poesia nas redes sociais, enfim...tudo na base da sabedoria.”
TifannyBriceth



“Admiro muitas coisas que me fazem ter lembranças boas. Gosto de fazer coisas que me façam viver intensamente...Sair com os amigos, fazer luau, um momento prazeroso com alguém que tenha algum afeto, ver um filme, ler um livro que me traga emoção, meditar e revitalizar meu eu.”
Júlia Coelho







         “O que me deixa feliz é ver a felicidade da minha família, dos meus amigos e minha própria”
Rayane Pereira




         “Meu hobby é tocar violão. Gosto de muitos ritmos, mas a luta esta presente na minha vida. Gosto de desafios.”
Rodrigo Tavares



         “Amo observar o céu da tarde, as cores que ele tem. Às vezes rosa,às vezeslaranja...
Queria morar lá, pertencer a esse infinito colorido.”
Júlia Coelho



         “Sei que nunca mais te esquecerei , pois basta fechar os olhos para lembrar de você”
Ariana Valle



         “O que seria das pessoas sem no amor? Seriamos vazias e incompletas!”
Jessica Vitorino, Brenda Aline e RayanePereira








“Mesmo quando o dia anoitecer, a luz do luar também é pra você.
Vim te convidar pra ver, andar, correr de mãos dadas, sei lá...Sentar na calçada só pra brincar de viver.”

Jenifer Souza



Cris Lua
Rose Amaral

            Dizem que casamento é como um vaso que, quando quebra, não dá mais para colar. Eu sempre tive a mesma opinião. Acho que não dá para colar um vaso.  Eu mesma já tentei colar um, só que não consegui. Na verdade, todas as outras pessoas esperam que uma mulher não consiga fazer isso. Parece uma tarefa insuperável para qualquer mulher. E assim foi pra mim.
            Quando comecei a fazer o meu vaso, as coisas pareciam muito difíceis.  E todo mundo duvidou que eu conseguisse. Eu era tão jovem, tão inexperiente em matéria de vasos e não tinha a menor ideia de como começar a fazê-lo.  Acredito que outras em meu lugar nem mesmo teriam tentado, mas o conteúdo daquele vaso era muito precioso para ficar exposto. Eu precisava guardá-lo.
            O meu vaso podia até não ser o mais bonito por fora, nem o maior e muito menos o mais sólido, mas o conteúdo era tão precioso e para mim tão caro, que resolvi tentar e finalmente terminei meu vaso.
            Todavia, no fundo, eu não podia negar que aquele vaso era muito pesado para mim. Eu comecei a fazê-lo quando outras garotas da minha idade nem ao menos pensavam em fazer vasos. Mas eu tinha decidido fazê-lo e com todas as forças procurava carregá-lo da melhor maneira que podia.
            E foi de repente que eu vi meu vaso espatifar em mil pedaços pelo chão. Eu rapidamente peguei o conteúdo que restava e coloquei dentro de um copo e respirei, ainda que com dor, aliviada ao perceber que aquilo que eu mais prezava, continuava intacto.
            Eu fiquei ali, magoada e desanimada, diante de tantos cacos, que foi o que restou do meu vaso. Rapidamente me ofereceram uma pá e uma vassoura para varrer e jogar numa lata lixo todos aqueles cacos. Mas eu não queria e não podia jogar no lixo aquilo que tinha restado do meu vaso. Então eu peguei uma caixa e comecei a recolher um a um, os cacos do meu vaso. E comecei pacientemente o doloroso trabalho de colar cacos.
            Já sabia que seria muito difícil, mas eu não tinha ideia do quanto era pesado aquele trabalho.  E todos os dias eu me sentava e tentava refazer o meu vaso.  Mas por mais que eu me concentrasse, nunca considerava que aquele trabalho estava ficando direito.
            Até que desisti do meu vaso. As pessoas tinham razão: era uma tarefa insuperável para qualquer mulher. E assim foi pra mim. Então passei a mão no meu copo e continuei o meu caminho. Tantas pessoas usam copos. Eu podia fazer o mesmo.
            No princípio me pareceu bem mais fácil. Carregar copos era bem mais leve e eu podia resolver coisas que não tinha resolvido nos tempos de menina.
E o tempo foi passando e então percebi que sentia falta do meu vaso. Copos são práticos, mas os vasos são moldados de acordo com os conteúdos que nos são mais caros e não queremos perder. Copos são tão fáceis de serem confundidos e não têm a marca personalizada de um vaso.
Caminhei até o guarda-roupa e puxei da prateleira mais alta, aquela caixa onde havia guardado os cacos do meu vaso. Reuni todos eles e tomei uma decisão: queria o meu vaso de volta.  Sabia que não dava mais para colar os cacos, mas um vaso novo também não me interessava. Vasos novos também se quebram e tudo o que eu queria era o meu vaso antigo.
Não havia outra alternativa, para ter meu vaso de volta, era necessário esmiuçar os pedaços para que virassem pó. E foi com esse pó que comecei a fazer um novo vaso, com a mesma matéria do primeiro.
Tem gente que não suporta a ideia de vasos reciclados, mas eu não sou os outros. Eu faço o que considero certo, porque peso bem minhas decisões. Fazer vasos é uma coisa trabalhosa. Vasos novos ou reciclados exigem paCris Lua
Rose Amaral

            Dizem que casamento é como um vaso que, quando quebra, não dá mais para colar. Eu sempre tive a mesma opinião. Acho que não dá para colar um vaso.  Eu mesma já tentei colar um, só que não consegui. Na verdade, todas as outras pessoas esperam que uma mulher não consiga fazer isso. Parece uma tarefa insuperável para qualquer mulher. E assim foi pra mim.
            Quando comecei a fazer o meu vaso, as coisas pareciam muito difíceis.  E todo mundo duvidou que eu conseguisse. Eu era tão jovem, tão inexperiente em matéria de vasos e não tinha a menor ideia de como começar a fazê-lo.  Acredito que outras em meu lugar nem mesmo teriam tentado, mas o conteúdo daquele vaso era muito precioso para ficar exposto. Eu precisava guardá-lo.
            O meu vaso podia até não ser o mais bonito por fora, nem o maior e muito menos o mais sólido, mas o conteúdo era tão precioso e para mim tão caro, que resolvi tentar e finalmente terminei meu vaso.
            Todavia, no fundo, eu não podia negar que aquele vaso era muito pesado para mim. Eu comecei a fazê-lo quando outras garotas da minha idade nem ao menos pensavam em fazer vasos. Mas eu tinha decidido fazê-lo e com todas as forças procurava carregá-lo da melhor maneira que podia.
            E foi de repente que eu vi meu vaso espatifar em mil pedaços pelo chão. Eu rapidamente peguei o conteúdo que restava e coloquei dentro de um copo e respirei, ainda que com dor, aliviada ao perceber que aquilo que eu mais prezava, continuava intacto.
            Eu fiquei ali, magoada e desanimada, diante de tantos cacos, que foi o que restou do meu vaso. Rapidamente me ofereceram uma pá e uma vassoura para varrer e jogar numa lata lixo todos aqueles cacos. Mas eu não queria e não podia jogar no lixo aquilo que tinha restado do meu vaso. Então eu peguei uma caixa e comecei a recolher um a um, os cacos do meu vaso. E comecei pacientemente o doloroso trabalho de colar cacos.
            Já sabia que seria muito difícil, mas eu não tinha ideia do quanto era pesado aquele trabalho.  E todos os dias eu me sentava e tentava refazer o meu vaso.  Mas por mais que eu me concentrasse, nunca considerava que aquele trabalho estava ficando direito.
            Até que desisti do meu vaso. As pessoas tinham razão: era uma tarefa insuperável para qualquer mulher. E assim foi pra mim. Então passei a mão no meu copo e continuei o meu caminho. Tantas pessoas usam copos. Eu podia fazer o mesmo.
            No princípio me pareceu bem mais fácil. Carregar copos era bem mais leve e eu podia resolver coisas que não tinha resolvido nos tempos de menina.
E o tempo foi passando e então percebi que sentia falta do meu vaso. Copos são práticos, mas os vasos são moldados de acordo com os conteúdos que nos são mais caros e não queremos perder. Copos são tão fáceis de serem confundidos e não têm a marca personalizada de um vaso.
Caminhei até o guarda-roupa e puxei da prateleira mais alta, aquela caixa onde havia guardado os cacos do meu vaso. Reuni todos eles e tomei uma decisão: queria o meu vaso de volta.  Sabia que não dava mais para colar os cacos, mas um vaso novo também não me interessava. Vasos novos também se quebram e tudo o que eu queria era o meu vaso antigo.
Não havia outra alternativa, para ter meu vaso de volta, era necessário esmiuçar os pedaços para que virassem pó. E foi com esse pó que comecei a fazer um novo vaso, com a mesma matéria do primeiro.
Tem gente que não suporta a ideia de vasos reciclados, mas eu não sou os outros. Eu faço o que considero certo, porque peso bem minhas decisões. Fazer vasos é uma coisa trabalhosa. Vasos novos ou reciclados exigem paciência e amor. Sinto que o vaso que carrego agora é mais resistente e eu o levo sem medo, porque sou transparente no que faço e não tenho medo de ser feliz.

FIM

28/05/2015

 ciência e amor. Sinto que o vaso que carrego agora é mais resistente e eu o levo sem medo, porque sou transparente no que faço e não tenho medo de ser feliz.

FIM

28/05/2015