domingo, 6 de dezembro de 2015

Escada de pneu, jardinagem, reciclagem


Onze horas, onze horas amarelas, onze horas vermelhas, flores, jardinagem , jardim




Rosa, rosas, flores, jardinagem, rosa cor de rosa



Dona Luzia

Dona Luzia 


            _ Oi , Luzia.
            _ Pra você é dona.
            _ Ai, dona Luzia, só estava querendo agradar. Quando eu chamo os outros de senhor e dona na rua, faltam pouco me bater.         
            _ Eu também não gosto, que me chamem de dona na rua. Só tenho trinta e dois anos.
            _ Então?!
            _ Aqui é diferente. Impõe respeito.
            _ Tá legal! Não entendi nada, mas tá legal. A senhora pode me arranjar um livro que fale de amor?
            _ Tantos livros falam sobre amor. Que tipo você quer?
            _ Ah, sei lá. É para uma redação que o meu professor pediu. Já perguntei para algumas pessoas, mas não chego a nenhuma conclusão.
            _  Posso procurar em algum livro.
            _ E a senhora, não tem nenhuma história de amor para contar?
            _ Prefiro as dos livros.
            _ Não é casada? Nunca esteve apaixonada?
            _ Não. Eu não sou casada. E sim. Eu já estive apaixonada.
            _ Ah! Então me conte como foi. Aposto que é uma história daquelas!
            _ Garanto que não tem nada de interessante.
            _ Conta!
            _ Está bem. Mas depois não reclame. Eu já avisei que a história não foi interessante.
            _ Onde o conheceu?
            _ Foi na escola. Não me interessei muito por ele. Quer dizer, me interessei sim, mas não queria admitir. Achava que ele era meio feio.
            _ E?
            _ Minha melhor amiga disse que ele era perfeito para mim e eu fiquei irritada. Achava que merecia algo bem melhor. E cheguei até encontrar alguém mais bonito que ele. Um rapaz que conheci numa festa. Mas o namoro não durou nada.
            _ Então se apaixonou por ele.
            _ Não. Foi aos poucos. Percebi que ele era um cara legal e ele me fazia tantos elogios.
            _ Levou a senhora na conversa?
            _ Mas ou menos por aí. Ele me olhava muito. Dizia que eu era linda. Eu acreditava.
            _ Todas as mulheres acreditam, dona Luzia. E o que aconteceu? Vocês namoraram?
            _ Não. Um dia estávamos voltando juntos da escola. Nós estávamos meio sem jeito. Tínhamos nos desentendido no dia anterior, mas parecia que o desentendimento estava passando. De repente me pareceu que ele ia se declarar e ele me disse que estava namorando uma garota do tipo popular, de nossa escola. Levei um choque. O engraçado foi que eu pensei que nessa hora ele dizer que gostava de mim. 
            _ Que coisa horrível! Não acho nada disso engraçado. Decididamente sua história não vai servir. Pode me dar um romance, por favor?
            _ Eu disse que não ia gostar. Vou buscar seu livro.
            Grande história, essa da Dona Luzia. Como vou escrever sobre uma coisa dessas? Que coisa horrível. Pobrezinha. Vai ver é por isso que ela é tão mal humorada.
            _ Aqui está o livro. Espero que sirva.
            _ Obrigada, Dona Luzia. Até mais.
            _ Não esqueça de assinar o empréstimo. E não vá perder o livro.
            _ Está bem, Dona Luzia.
            Lá vem o mau humor de novo. Agora eu já sei a razão. Ninguém merece o que esse cara fez com ela.
            _ Tchau, dona Luzia.
            _ Tchau.

            

FIM

sábado, 5 de dezembro de 2015

Super Gatinha

             Super Gatinha


           _ Oi, Super Gatinha!
            Não credito que o Teo esta´ falando isto pra mim. Geralmente ele só gosta de me detonar. Mas é muito bom ouvir um elogio de  vez em quando.
_ Ai, Teo. Fala de novo.
            _ Linda!
            _ Obrigada.
            _ Todo animal precisa de carinho!
            _ Teo, você é no-jen-to.
            Estava demorando. Eu devia ter desconfiado. 
            _ Vamos no cinema?
            _ Só morta!
            Sair com o Teo! Eu é que não vou pagar este mico. Se as meninas sabem, não vão me deixar em paz.
            _ Por quê?
            _ Teo, você é ridículo. Só isso. Além do mais, é horrível sair com amigo homem.
            _ Por quê? _ Ele perguntou indignado.
            _ Não lembra daquele dia que nós fomos ao shopping?
            _ Lembro. Foi legal.
            _ Só se foi pra você. Nenhum gatinho me paquerou porque devem ter pensado que eu era sua namorada.
            _ Arg!
            _ Como se você fosse alguma coisa.
            _ Eu não sou alguma coisa. Eu sou alguém.
            _ Engraçadinho. Pois, pra mim, você não é ninguém. Sem contar naquela blusa horrorosa que você disse que estava boa em mim. Gastei meu dinheiro à toa. Depois ainda teve a cara de pau de dizer, na frente das meninas, que na hora tinha achado que ela estava meio larga. Que raiva!
_ Você não sabe escolher suas roupas?
            _ Eu só pedi a sua opinião. Se fosse uma menina teria dito que não estava legal.
            _ Que nada! Vocês meninas, são todas umas falsas.
            _ Teo, pela camada de ozônio que ainda resta sobre a Terra, vê se me erra!