segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
domingo, 6 de dezembro de 2015
Dona Luzia
            _ Oi ,
Luzia.
            _ Pra você
é dona.
            _ Ai, dona
Luzia, só estava querendo agradar. Quando eu chamo os outros de senhor e dona
na rua, faltam pouco me bater.          
            _ Eu também
não gosto, que me chamem de dona na rua. Só tenho trinta e dois anos.
            _ Então?!
            _ Aqui é
diferente. Impõe respeito.
            _ Tá legal!
Não entendi nada, mas tá legal. A senhora pode me arranjar um livro que fale de
amor?
            _ Tantos
livros falam sobre amor. Que tipo você quer?
            _ Ah, sei
lá. É para uma redação que o meu professor pediu. Já perguntei para algumas
pessoas, mas não chego a nenhuma conclusão.
            _ 
Posso procurar em algum livro.
            _ E a
senhora, não tem nenhuma história de amor para contar?
            _ Prefiro
as dos livros.
            _ Não é
casada? Nunca esteve apaixonada?
            _ Não. Eu
não sou casada. E sim. Eu já estive apaixonada.
            _ Ah! Então
me conte como foi. Aposto que é uma história daquelas!
            _ Garanto
que não tem nada de interessante.
            _ Conta!
            _ Está bem.
Mas depois não reclame. Eu já avisei que a história não foi interessante.
            _ Onde o
conheceu?
            _ Foi na
escola. Não me interessei muito por ele. Quer dizer, me interessei sim, mas não
queria admitir. Achava que ele era meio feio.
            _ E?
            _ Minha
melhor amiga disse que ele era perfeito para mim e eu fiquei irritada. Achava
que merecia algo bem melhor. E cheguei até encontrar alguém mais bonito que
ele. Um rapaz que conheci numa festa. Mas o namoro não durou nada.
            _ Então se
apaixonou por ele.
            _ Não. Foi
aos poucos. Percebi que ele era um cara legal e ele me fazia tantos elogios.
            _ Levou a
senhora na conversa?
            _ Mas ou
menos por aí. Ele me olhava muito. Dizia que eu era linda. Eu acreditava.
            _ Todas as
mulheres acreditam, dona Luzia. E o que aconteceu? Vocês namoraram?
            _ Não. Um
dia estávamos voltando juntos da escola. Nós estávamos meio sem jeito. Tínhamos
nos desentendido no dia anterior, mas parecia que o desentendimento estava
passando. De repente me pareceu que ele ia se declarar e ele me disse que
estava namorando uma garota do tipo popular, de nossa escola. Levei um choque.
O engraçado foi que eu pensei que nessa hora ele dizer que gostava de mim.  
            _ Que coisa
horrível! Não acho nada disso engraçado. Decididamente sua história não vai
servir. Pode me dar um romance, por favor?
            _ Eu disse
que não ia gostar. Vou buscar seu livro.
            Grande
história, essa da Dona Luzia. Como vou escrever sobre uma coisa dessas? Que
coisa horrível. Pobrezinha. Vai ver é por isso que ela é tão mal humorada.
            _ Aqui está
o livro. Espero que sirva.
            _ Obrigada, Dona Luzia. Até
mais.
            _ Não
esqueça de assinar o empréstimo. E não vá perder o livro.
            _ Está bem, Dona Luzia.
            Lá vem o
mau humor de novo. Agora eu já sei a razão. Ninguém merece o que esse cara fez
com ela.
            _ Tchau,
dona Luzia.
            _ Tchau.
FIM
sábado, 5 de dezembro de 2015
Super Gatinha
             Super Gatinha
           _ Oi, Super Gatinha!
            Não credito
que o Teo esta´ falando isto pra mim. Geralmente ele só gosta de me detonar.
Mas é muito bom ouvir um elogio de  vez
em quando.
_ Ai, Teo. Fala de novo.
            _ Linda!
            _ Obrigada.
            _ Todo
animal precisa de carinho!
            _ Teo, você
é no-jen-to.
            Estava
demorando. Eu devia ter desconfiado. 
            _ Vamos no
cinema?
            _ Só morta!
            Sair com o
Teo! Eu é que não vou pagar este mico. Se as meninas sabem, não vão me deixar
em paz.
            _ Por quê?
            _ Teo, você
é ridículo. Só isso. Além do mais, é horrível sair com amigo homem.
            _ Por quê?
_ Ele perguntou indignado.
            _ Não
lembra daquele dia que nós fomos ao shopping?
            _ Lembro.
Foi legal.
            _ Só se foi
pra você. Nenhum gatinho me paquerou porque devem ter pensado que eu era sua
namorada.
            _ Arg!
            _ Como se
você fosse alguma coisa.
            _ Eu não
sou alguma coisa. Eu sou alguém.
            _
Engraçadinho. Pois, pra mim, você não é ninguém. Sem contar naquela blusa horrorosa
que você disse que estava boa em mim. Gastei meu dinheiro à toa. Depois ainda
teve a cara de pau de dizer, na frente das meninas, que na hora tinha achado
que ela estava meio larga. Que raiva!
_ Você não sabe escolher suas
roupas?
            _ Eu só
pedi a sua opinião. Se fosse uma menina teria dito que não estava legal.
            _ Que nada!
Vocês meninas, são todas umas falsas.
            _ Teo, pela
camada de ozônio que ainda resta sobre a Terra, vê se me erra!
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