quarta-feira, 31 de julho de 2013

Globalização, cultura de massa e tecnologia

Objetivo: Discutir cultura de massa, consumo, globalização e as tecnologias atuais na produção artística.

Globalização, cultura de massa e tecnologia

O atual processo de globalização diz respeito a profundas mudanças no campo econômico, político, sociocultural, tecnológico e artístico, caracterizando, assim, o contexto histórico em que vivemos. Tal processo levou a uma nova maneira de consumir a arte. Entra em cena a cultura de massa, às vezes chamada arte de massa, que é constituída por aqueles produtos da indústria cultural que se destinam à sociedade de consumo e que visam responder ao "gosto médio” da população de um país ou, em termos de multinacionais da produção, do mundo.
A cultura de massa caracteriza-se por ser produzida por um grupo de profissionais que pertence a uma classe social diferente do público a que se destina; ser dirigida pela demanda, passando, portanto, por modismos; ser feita para um público semiculto e passivo; o “povo”, nesse caso, é só o alvo da produção, não sua origem; ela pode também visar o divertimento como meio de passar o tempo.
Para discutir a arte contemporânea, nada melhor do que utilizar tecnologias e recursos nascidos na própria época. A velocidade com que nascem dispositivos, códigos e linguagens eletrônicos  e digitais faz com que a arte que se apoia nestas plataformas possa, com propriedade, abordar as emergentes questões vividas por nós em cada esquina ou site.
Do mesmo modo que tratam o humano na sua expressão mais recente, abrem possibilidade para o desenvolvimento e experimentação de novas tecnologias. Trata-se de um terreno amplo a ser percorrido não apenas por artistas que militam na área, como por empresas cujos significados associam-se a tais linguagens.

Rapidamente, a relação entre arte e tecnologia criou um mercado relevante, atraindo a atenção de marcas de grande porte que desejam associar-se a manifestações vinculadas a atributos como vanguarda e inovação. 

Questões de interesse social nas Artes Visuais do Brasil e América Latina

Objetivo: Identificar nas Artes Visuais do Brasil e América Latina, diferentes atividades ligadas a questões de interesse social.

Questões de interesse social nas Artes Visuais do Brasil e América Latina
Café, de Portinari

A ideia de solidariedade e união latino-americana é tão antiga quanto às lutas no séc. XIX de Simón Bolívar, José Martí e San Martín por um continente livre e fraterno. A “Pátria Grande” vislumbrada por eles também foi almejada por artistas brasileiros e hispano-americanos, que precisavam lembrar quem somos a nós mesmos.
O modernismo preocupou-se muito com a parte social do Brasil. Tarsila do Amaral representou os operários. Portinari costumava mostrar sua preocupação com os trabalhadores rurais e retirantes nordestinos em suas obras.
O artista plástico argentino Leon Ferrari sempre incluiu conotações políticas e sociais nos seus trabalhos.
O movimento muralista mexicano, ocorrido logo após a Revolução Mexicana de 1910, até hoje considerada a primeira grande mobilização social na América Latina no século XX. A proposta era pintar para o povo. Para Rivera, Orozco e Siqueiros, os três grandes pintores da Revolução, o mural possibilitou uma arte pública e coletiva, que rompia com o individualismo da pintura de cavalete. 

terça-feira, 9 de julho de 2013

Festa do Poetinha, de Rose Amaral

Festa do Poetinha

                       Rose Amaral

Se ainda estivesse vivo
Este ano completaria
Cem anos, o Poetinha
Decerto faria um bolo
Coberto por cem velinhas
Que comeria todinho
Com toda sua turminha

Receberia os amigos
Numa casa muito engraçada
Sem parede, sem teto, sem nada
Numa festa animada

Um grande beijo lhe daria
A Vovó Garota de Ipanema
De guarda-sol e protetor
Pois ninguém mais se tosta
Nem nas areias do Arpoador

Eu lhe levaria de brinde
Esta poesia criada
Em mal traçadas linhas
Toda, toda recortada
E perguntaria ingênua:
Está bonitinha a poesia?

O Poetinha leria, riria e diria:
Bonitinha, Menininha?
Coitadinha de você!
Tá até muito feinha
Mais parece a corujinha
Minha doce menininha

E não teria pena
E me diria entre risos:
Assim como as mulheres
No caso das poesias
As feias que me perdoem,
Beleza é fundamental!

A Porta, de Vinicius de Moraes


A Porta

Vinicius de Moraes

Eu sou feita de madeira
Madeira, matéria morta
Mas não há coisa no mundo
Mais viva do que uma porta.
Eu abro devagarinho
Pra passar o menininho
Eu abro bem com cuidado
Pra passar o namorado
Eu abro bem prazenteira
Pra passar a cozinheira
Eu abro de supetão
Pra passar o capitão.
Só não abro pra essa gente
Que diz (a mim bem me importa...)
Que se uma pessoa é burra
É burra como uma porta.
Eu sou muito inteligente!
Eu fecho a frente da casa
Fecho a frente do quartel
Fecho tudo nesse mundo
Só vivo aberta no céu!


A Cachorrinha , de Vinicius de Moraes

A Cachorrinha

Vinicius de Moraes

Mas que amor de cachorrinha!
Mas que amor de cachorrinha!
Pode haver coisa no mundo 
Mais branca, mais bonitinha 
Do que a tua barriguinha 
Crivada de mamiquinha? 
Pode haver coisa no mundo 
Mais travessa, mais tontinha 
Que esse amor de cachorrinha 
Quando vem fazer festinha 
Remexendo a traseirinha?

Uau,uau,uau,uau! 
Uau,uau,uau,uau!

A Casa, de Vinicius de Moraes

A Casa

Vinicius de Moraes

Era uma casa muito engraçada
Não tinha teto, não tinha nada
Ninguém podia entrar nela, não
Porque na casa não tinha chão
Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
Na rua dos bobos, número zero

O Girassol,de Vinicius de Moraes

O Girassol

Vinicius de Moraes

Sempre que o sol 
Pinta de anil 
Todo o céu 
O girassol 
Fica um gentil 
Carrossel
Roda, roda, roda 
Carrossel 
Roda, roda, roda 
Rodador 
Vai rodando, dando mel 
Vai rodando, dando flor
Sempre que o sol 
Pinta de anil 
Todo o céu 
O girassol
Fica um gentil
Carrossel
Roda, roda, roda
Carrossel
Gira, gira, gira
Girassol
Redondinho como o céu
Marelinho como o sol