domingo, 12 de fevereiro de 2017

Conceitos críticos de Arte, 2017




Conceitos críticos de Arte

A produção artística não pode ser definida como uma ciência, uma vez que seus resultados não são absolutos e nem sequer conclusivos. A arte é subjetiva, deixando qualquer tipo de critério objetivo de lado.
            A escolha de uma obra para apreciação vai bem além do "feio ou bonito" ou "gostei ou não gostei". A crítica feita pelo público, em geral, lida com a fruição, ou seja, com aquilo que sentimos diante de um quadro e que pode variar de pessoa para pessoa, conforme o repertório de cada um. Isso não tem necessariamente uma relação com a história da sociedade ou da arte. A crítica do espectador comum é feita a partir de conteúdos afetivos e, portanto, é muito pessoal. Enquanto que o especialista busca um "meio termo" entre a razão e a sensibilidade e procura ser objetivo sem perder a ligação com o delicado universo artístico.
            Os primeiros críticos surgiram na Grécia Antiga, com a sistematização dos estudos sobre estética da arte. Muitos dos princípios que nortearam esses primeiros pensadores da arte foram resgatados na Europa Moderna (Renascimento) e somados a outros princípios da Idade Média, sobretudo religiosos.
Com a organização do mercado de arte ao longo dos séculos, a atividade do crítico tornou-se cada vez mais especializada. No início ele se ocupava principalmente em orientar o mercado, mas no século XIX sua opinião começou a circular na imprensa e seu trabalho passou a contribuir para orientar o público a consumir Arte. A indústria cultural e todas as transformações que vem ocorrendo no universo das manifestações culturais a partir do século XX deram ao crítico e ao curador uma posição de referência.
A arte brasileira é questionadora e discute criticamente a realidade. No século XIX caricaturistas já ironizavam a postura do II Império e, posteriormente, a dos próprios republicanos. E no século XX os modernistas refletiam sobre a necessidade de buscar uma identidade artística nacional. Já nos anos 1960, motivados pelas muitas revoluções da arte internacional, artistas e músicos brasileiros tropicalistas mostraram seu olhar sobre o regime militar, que criava uma série de restrições às possibilidades de expressão. A Pop Art brasileira criticou, de modo muitas vezes bem-humorado e poético, a realidade do momento.
Conhecer e construir conceitos críticos em diferentes ambientes artísticos, como pintura, desenho, gravura, escultura, arquitetura, artes gráficas, publicidade, história em quadrinhos, fotografia, vídeo, teatro, cinema, música, dança e literatura.
 Além de reconhecer os elementos que compõem uma obra artística (forma, superfície, espaço, volume, linhas, texturas, cores e luz), o observador deve interpretá-la, estabelecendo conceitos críticos a respeito do conteúdo analisado. A aprendizagem artística envolve um conjunto de diferentes tipos de conhecimentos, que geram diferentes significações, exercitando a possibilidade do artista de perceber-se como agente de transformações.
A Arte visa os aspectos essenciais da criação e percepção estética e o modo de tratar a apropriação de conteúdos imprescindíveis para a cultura do cidadão contemporâneo. As oportunidades de aprendizagem de arte, mobilizam a expressão e a comunicação pessoal e intensificam as relações dos indivíduos tanto com seu mundo interior como com o exterior.
A realização de trabalhos pessoais, assim como a apreciação das obras de arte em diferentes ambientes artísticos, se dá mediante a elaboração de ideias, sensações, hipóteses e esquemas pessoais que o aluno vai estruturando e transformando, ao interagir com os diversos conteúdos de arte manifestados nesse processo dialógico.
Produzindo trabalhos artísticos e conhecendo essa produção nas outras culturas, o aluno poderá compreender a diversidade de valores que orientam tanto seus modos de pensar e agir como os da sociedade. Trata-se de criar um campo de sentido para a valorização do que lhe é próprio e favorecer o entendimento da riqueza e diversidade da imaginação humana.
Os alunos tornam-se capazes de perceber sua realidade cotidiana mais vivamente, reconhecendo e decodificando formas, sons, gestos, movimentos que estão à sua volta. Também deve conhecer e apreciar vários trabalhos e objetos de arte por meio das próprias emoções, reflexões e conhecimentos e reconhecer a existência desse processo em jovens e adultos de distintas culturas.
O exercício de uma percepção crítica das transformações que ocorrem na natureza e na cultura pode criar condições para que os alunos percebam o seu comprometimento na manutenção de uma qualidade de vida melhor. A dimensão social das manifestações artísticas revela modos de perceber, sentir e articular significados e valores que orientam os diferentes tipos de relações entre os indivíduos na sociedade.
A possibilidade de pensar criticamente sobre as imagens estão presentes nas mídias (televisão, rádio, imprensa, Internet). A Arte torna-se globalizada, considerando os diversos grupos culturais encontram um lugar para arte em suas vidas, entendendo que tais grupos podem ter necessidades e conceitos de arte distintos.
O sentido pluriculturalista amplia a discussão sobre a função da arte e o papel do artista em diferentes culturas, assim como o papel de quem decide o que é arte e o que é arte de boa qualidade. Essas discussões podem contribuir para o desenvolvimento do respeito e reconhecimento de diferenças.
O pluriculturalismo no ensino de arte tem como objetivos: promover o entendimento de cruzamentos culturais pela identificação de similaridades, particularmente nos papéis e funções da arte, dentro e entre grupos culturais; reconhecer e celebrar a diversidade étnica e cultural em arte e em nossa sociedade, enquanto também se potencializa o orgulho pela herança cultural em cada indivíduo, seja ela resultante de processos de erudição ou de vivências do âmbito popular, folclórico ou étnico.
Examinar a dinâmica de diferentes culturas e os processos de transmissão de valores; desenvolver a consciência acerca dos mecanismos de manutenção da cultura dentro de grupos sociais; questionar a cultura dominante também é papel da Arte.
É responsabilidade da escola incluir as informações sobre a arte produzida e recebida nos âmbitos regional, nacional e internacional, compreendendo criticamente a difusão pelas mídias para democratizar o conhecimento e ampliar as possibilidades de participação social do aluno.

Atividades

1) Coloque V para verdadeiro e F para falso.
(   ) A produção artística não é definida como ciência.
(   ) A crítica feita pelo público, em geral, lida com a fruição, ou seja, com aquilo que sentimos diante de um quadro e que pode variar de pessoa para pessoa, conforme o repertório de cada um.

(    ) Questionar a cultura dominante não é papel da Arte.
(    ) É responsabilidade da escola incluir as informações sobre a arte produzida e recebida nos âmbitos regional, nacional e internacional, compreendendo criticamente a difusão pelas mídias para democratizar o conhecimento e ampliar as possibilidades de participação social do aluno.

2) Complete:
a) Os primeiros críticos surgiram na _________________ Antiga, com a sistematização dos estudos sobre estética da arte.
b) No século XX os _________________refletiam sobre a necessidade de buscar uma identidade artística brasileira.
c) A Arte visa os aspectos essenciais da criação e percepção _______________e o modo de tratar a apropriação de conteúdos imprescindíveis para a cultura do cidadão contemporâneo.

Fonte:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/arte.pdf

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