Confissões de uma professora adolescente
Eu tive um sonho muito estranho. Sonhei que tinha
dezesseis anos novamente. Estava sentada em uma lanchonete que tinha perto da
minha escola e estava sozinha. Eu nunca ia àquela lanchonete sem minhas amigas.
De repente eu olhei pra mesa ao lado e vi uma mulher de quase quarenta anos e levei um baita susto. Aquela mulher era eu! Ela não estava nem aí pro seu lanche e parecia corrigir um monte de provas. Corrigindo prova aos quarenta anos?! Eu nem queria ser professora. Estava fazendo Normal porque a minha mãe tinha mandado.
Deu vontade de chamá-la. Falar com ela. Mas fiquei com medo. Com aqueles óculos de professora na ponta do nariz, era claro que ela ia me dar a maior bronca por interrompê-la.
Em dado momento a bolsa começou a apitar. Será que estava pegando fogo? Então ela abriu e tirou uma caixinha de metal e começou a falar. Será que estava ficando doida? Falando sozinha! Só se fosse um gravador. Mas ela parecia estar falando com alguém.
De repente ela se levantou, andou de um lado pra outro e começou a gritar com a caixinha. Guardou na bolsa e começou a reclamar que detestava aquela célula, celular, sei lá. Não entendi aquilo mesmo. E o pior de tudo era que ela também não parecia entender.
Então ela sentou na cadeira e abriu uma maletinha de metal. Aí começou a reclamação de novo. Foi aí que ela finalmente me viu. Então ela sorriu. Daí eu pensei: Ela me reconheceu!
_ Ei, garota. _ Ela me disse. _ Pode me dar uma ajudinha com esse laptop?
_ Lap o quê?
_ Ih, garota, está mais por fora do que eu! O que você fica fazendo na lan house? Deixa pra lá. Não gosto mesmo dessa tranqueira. Eu prefiro mesmo é o cuspe e giz. Você é minha aluna? Conheço você de algum lugar. Vai ser professora? Vai se arrepender. Vai comer giz a vida inteira e quando estiver quase na hora de se aposentar, vão colocar uma máquina assassina na sua mão e vão te mandar se virar. Deixa pra lá. Vou pra casa ver minha novela. Que vontade de jogar tudo fora. Beijinho.
E ela foi embora sem nem se dar conta de que eu era ela. Ou ela era eu. Então eu acordei e vi que tudo continuava igual. Era o meu celular me acordando para dar aula.
De repente eu olhei pra mesa ao lado e vi uma mulher de quase quarenta anos e levei um baita susto. Aquela mulher era eu! Ela não estava nem aí pro seu lanche e parecia corrigir um monte de provas. Corrigindo prova aos quarenta anos?! Eu nem queria ser professora. Estava fazendo Normal porque a minha mãe tinha mandado.
Deu vontade de chamá-la. Falar com ela. Mas fiquei com medo. Com aqueles óculos de professora na ponta do nariz, era claro que ela ia me dar a maior bronca por interrompê-la.
Em dado momento a bolsa começou a apitar. Será que estava pegando fogo? Então ela abriu e tirou uma caixinha de metal e começou a falar. Será que estava ficando doida? Falando sozinha! Só se fosse um gravador. Mas ela parecia estar falando com alguém.
De repente ela se levantou, andou de um lado pra outro e começou a gritar com a caixinha. Guardou na bolsa e começou a reclamar que detestava aquela célula, celular, sei lá. Não entendi aquilo mesmo. E o pior de tudo era que ela também não parecia entender.
Então ela sentou na cadeira e abriu uma maletinha de metal. Aí começou a reclamação de novo. Foi aí que ela finalmente me viu. Então ela sorriu. Daí eu pensei: Ela me reconheceu!
_ Ei, garota. _ Ela me disse. _ Pode me dar uma ajudinha com esse laptop?
_ Lap o quê?
_ Ih, garota, está mais por fora do que eu! O que você fica fazendo na lan house? Deixa pra lá. Não gosto mesmo dessa tranqueira. Eu prefiro mesmo é o cuspe e giz. Você é minha aluna? Conheço você de algum lugar. Vai ser professora? Vai se arrepender. Vai comer giz a vida inteira e quando estiver quase na hora de se aposentar, vão colocar uma máquina assassina na sua mão e vão te mandar se virar. Deixa pra lá. Vou pra casa ver minha novela. Que vontade de jogar tudo fora. Beijinho.
E ela foi embora sem nem se dar conta de que eu era ela. Ou ela era eu. Então eu acordei e vi que tudo continuava igual. Era o meu celular me acordando para dar aula.
FIM
Rose Amaral
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