Viajando nos
teus olhos
Catia Moreira
Rose Amaral
Quando o sol
se pôs no sertão, Iracema resolveu que era hora de mudar. Hora de dar rumo na
vida. Era hora de trabalhar. Quem sabe no Rio de Janeiro as coisas seriam
melhores? Na certa poderia arranjar um bom emprego.
Então
Iracema partiu. Viu o sol nascer e se pôr, naquela viagem tão comprida.
As portas se
abriram para Iracema. Ela encontrou um lugar para trabalhar na Casa da Paz,
junto das freiras.
Iracema
gostou do trabalho. Quando foi tomar o elevador, de repente seu coração
estacou. Parecia que ia saltar pela boca, pois olhos bem azuis estavam olhando
diretamente para ela.
Que olho
bonito era aquele? Parecia o céu limpo de uma manhã de inverno. Tem amor que
acontece logo de primeira vista.
O moço era
muito atencioso e educadamente a levou naquela viagem de elevador. Pois para
Iracema foi isso mesmo. Uma viagem onde os dois ficaram calados, naqueles
segundos eternos, que só entende quem um dia esteve enamorado.
Iracema,
dedicada, foi cuidar do seu trabalho. Mas guardou no coração aqueles olhos tão
lindos, que de tão azuis pareciam um céu de brigadeiro.
Quando foi
tomar o elevador novamente, o moço não perdeu tempo. Foi logo puxando assunto
com a Iracema. E mais uma vez o seu coração palpitou. Iracema tinha encontrado
o amor numa viagem de elevador.
Aqueles
olhos tinham um nome, que para Iracema passou a ser música, que tocava no mesmo
ritmo das batidas de seu coração:Jo - ão, Jo - ão, Jo - ão, Jo - ão.
E nem
precisa dizer que eles foram felizes para sempre. O João era tão romântico e
sempre trazia flores para Iracema, que logo se tornou a sua esposa querida. Ele
também trazia bombons de coração e escrevia cartinhas ditadas pelo coração.
_ Minha
querida Nove. _ Ele dizia. _ Iracema, que começa com a nona letra do alfabeto.
E caminharam
juntos, de mãos dadas e corações entrelaçados, na longa estrada da vida, como
dois jovens apaixonados.
FIM
26/05/15
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