segunda-feira, 10 de setembro de 2012

As condições e comunicações da obra de arte na era digital


 As condições e comunicações da obra de arte na era digital

Está se abrindo uma época realmente importante na qual se materializa o “museu sem muros”. Rompe-se com as contenções tradicionais da cultura da memória através da cultura digital. A  arte digital é, por sua própria definição, efêmera. Também está em permanente mudança, pois é, ao mesmo tempo, tecnologia e arte. E é uma arte global, no sentido de que já não existe uma arte localizada, que responda a uma cultura específica, e sim uma arte que se oferece pela internet a todo o mundo, e que, portanto, se insere em uma cultura globalizadora. Ela também questiona as próprias bases da cultura contemporânea, o sistema estabelecido e as grandes instituições que criam programas de informática.
A arte digital se baseia na tecnologia, mas também na vida ao seu redor, integrando pintura, escultura, cinema, teatro, texto e  imagem. É necessário incluir a arte digital no âmbito da cultura pós-moderna.  Do ponto de vista cultural, isso significa que vivemos em uma sociedade na qual a linguagem das vanguardas foi completamente afetada pela sociedade que se dedica fundamentalmente a viver o presente, e encara com receio os grandes projetos de mudança. Dentro dessa perspectiva, nos dedicamos a viver o presente e a consumir o passado.  Estamos presenciando uma recuperação dos espaços históricos, do patrimônio cultural, e a cultura digital pode colaborar muito para facilitar o acesso universal aos bens culturais.
Há uma preocupação desde tempos muito antigos em criar imagens cada vez reais . A revolução do Renascimento, por exemplo, com a invenção da perspectiva matemática, foi a criação de um espaço tridimensional em uma superfície plana. A imagem virtual vem coroar esses processos históricos. Se o Renascimento criou a imagem em 3D, ou seja, a perspectiva matemática, o Barroco criou a perspectiva aérea. O Impressionismo pode ser visto como um impacto da fotografia no campo da arte e o Cubismo é uma incorporação do campo da cinematografia. A imagem digital, por intermédio da virtualidade, vem culminar esse processo de entrar na imagem e interagir com ela. O museu deva apostar na visita virtual, pela recriação multidimensional, pelo convite à navegação interativa como forma de exploração da linguagem hipermídia.  Ele deve se aprofundar na utilização da cultura digital em seu próprio discurso expositivo.

Fonte: Arturo Colorado Castellary

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