Objetivo: Reconhecer a evolução gráfico-escultórica no
processo de expressão infantil.
Evolução gráfico-escultórica da criança
O
desenvolvimento progressivo do desenho implica mudanças significativas que, no
início, dizem respeito à passagem dos rabiscos iniciais da garatuja para
construções cada vez mais ordenadas, fazendo surgir os primeiros símbolos. Essa passagem é possível graças às interações
da criança com o ato de desenhar e com desenhos de outras pessoas. Na garatuja,
a criança tem como hipótese que o desenho é simplesmente uma ação sobre uma
superfície, e ela sente prazer ao constatar os efeitos visuais que essa ação
produziu. No decorrer do tempo, as garatujas, que refletiam sobretudo o
prolongamento de movimentos rítmicos de ir e vir, transformam-se em formas
definidas que apresentam maior ordenação, e podem estar se referindo a objetos
naturais, objetos imaginários ou mesmo a outros desenhos. Na evolução da
garatuja para o desenho de formas mais estruturadas, a criança desenvolve a
intenção de elaborar imagens no fazer artístico. Começando com símbolos muito
simples, ela passa a articulá-los no espaço bidimensional do papel, na areia,
na parede ou em qualquer outra superfície. Passa também a constatar a
regularidade nos desenhos presentes no meio ambiente e nos trabalhos aos quais
ela tem acesso, incorporando esse conhecimento em suas próprias produções. No
início, a criança trabalha sobre a hipótese de que o desenho serve para
imprimir tudo o que ela sabe sobre o mundo. No decorrer da simbolização, a
criança incorpora progressivamente regularidades ou códigos de representação
das imagens do entorno, passando a considerar a hipótese de que o desenho serve
para imprimir o que se vê.
É assim que, por meio do desenho, a criança cria e recria individualmente formas expressivas, integrando percepção, imaginação, reflexão e sensibilidade, que podem então ser apropriadas pelas leituras simbólicas de outras crianças e adultos.
O desenho está também intimamente ligado com o desenvolvimento da escrita. Parte atraente do universo adulto, dotada de prestígio por ser "secreta", a escrita exerce um verdadeiro fascínio na criança, bem antes de ela própria poder traçar verdadeiros signos. Muito cedo ela tenta imitar a escrita dos adultos. Porém, mais tarde, quando ingressa na escola verifica-se uma diminuição da produção gráfica, já que a escrita ( considerada mais importante) passa a ser concorrente do desenho.
O desenho como possibilidade de brincar, o desenho como possibilidade de falar de registrar, marca o desenvolvimento da infância, porém em cada estágio, o desenho assume um caráter próprio. Estes estádios definem maneiras de desenhar que são bastante semelhantes em todas as crianças, apesar das diferenças individuais de temperamento e sensibilidade. Este modo de desenhar próprio de cada idade varia, inclusive, muito pouco de cultura para cultura.
Luquet Distingue Quatro Estádios:
É assim que, por meio do desenho, a criança cria e recria individualmente formas expressivas, integrando percepção, imaginação, reflexão e sensibilidade, que podem então ser apropriadas pelas leituras simbólicas de outras crianças e adultos.
O desenho está também intimamente ligado com o desenvolvimento da escrita. Parte atraente do universo adulto, dotada de prestígio por ser "secreta", a escrita exerce um verdadeiro fascínio na criança, bem antes de ela própria poder traçar verdadeiros signos. Muito cedo ela tenta imitar a escrita dos adultos. Porém, mais tarde, quando ingressa na escola verifica-se uma diminuição da produção gráfica, já que a escrita ( considerada mais importante) passa a ser concorrente do desenho.
O desenho como possibilidade de brincar, o desenho como possibilidade de falar de registrar, marca o desenvolvimento da infância, porém em cada estágio, o desenho assume um caráter próprio. Estes estádios definem maneiras de desenhar que são bastante semelhantes em todas as crianças, apesar das diferenças individuais de temperamento e sensibilidade. Este modo de desenhar próprio de cada idade varia, inclusive, muito pouco de cultura para cultura.
Luquet Distingue Quatro Estádios:
1- Realismo
fortuito: começa por volta dos 2 anos e põe fim ao período chamado rabisco.
A criança que começou por traçar signos sem intenção de representação descobre
por acaso uma analogia com um objeto e passa a dar nomes aos seus desenhos.
2- Realismo fracassado: Geralmente entre 3 e 4 anos, tendo descoberto a identidade forma-objeto, a criança procura reproduzir esta forma.
3- Realismo intelectual: estendendo-se dos 4 aos 10-12 anos, caracteriza-se pelo fato que a criança desenha do objeto não aquilo que vê, mas aquilo que sabe. Nesta fase ela mistura diversos pontos de vista ( perspectivas ).
4- Realismo visual: É geralmente por volta dos 12 anos, marcado pela descoberta da perspectiva e a submissa às suas leis, daí um empobrecimento, um esgotar progressivo do grafismo que tende a juntar-se às produções adultas.
Numa Análise Piagetiana, temos:
2- Realismo fracassado: Geralmente entre 3 e 4 anos, tendo descoberto a identidade forma-objeto, a criança procura reproduzir esta forma.
3- Realismo intelectual: estendendo-se dos 4 aos 10-12 anos, caracteriza-se pelo fato que a criança desenha do objeto não aquilo que vê, mas aquilo que sabe. Nesta fase ela mistura diversos pontos de vista ( perspectivas ).
4- Realismo visual: É geralmente por volta dos 12 anos, marcado pela descoberta da perspectiva e a submissa às suas leis, daí um empobrecimento, um esgotar progressivo do grafismo que tende a juntar-se às produções adultas.
Numa Análise Piagetiana, temos:
1 - Garatuja:
Faz parte da fase sensório motora ( 0 a 2 anos) e parte da fase pré-operacional
(2 a 7 anos). A criança demonstra extremo prazer nesta fase. A figura humana é
inexistente ou pode aparecer da maneira imaginária. A cor tem um papel
secundário, aparecendo o interesse pelo contraste, mas não há intenção
consciente. Pode ser dividida em: Desordenada (movimentos amplos e desordenados) e Ordenada (movimentos
longitudinais e circulares; coordenação viso-motora. A figura humana pode
aparecer de maneira imaginária, pois aqui existe a exploração do traçado)
2 - Pré-
Esquematismo: Dentro da fase pré-operatória, aparece a descoberta da
relação entre desenho, pensamento e realidade. Quanto ao espaço, os desenhos
são dispersos inicialmente. Então aparecem as primeiras relações espaciais,
surgindo devido a vínculos emocionais. A figura humana, torna-se uma procura de
um conceito que depende do seu conhecimento ativo, inicia a mudança de símbolos.
Quanto a utilização das cores, pode usar, mas não há relação ainda com a
realidade, dependerá do interesse emocional.
3 - Esquematismo:
Faz parte da fase das operações concretas (7 a 10 anos).Esquemas
representativos, afirmação de si mediante repetição flexível do esquema. Quanto
ao espaço, é o primeiro conceito definido de espaço: linha de base. Já tem um
conceito definido quanto à figura humana, porém aparecem desvios do esquema
como: exagero, negligência, omissão ou mudança de símbolo. Aqui existe a descoberta
das relações quanto à cor; podendo haver um desvio do esquema de cor expressa
por experiência emocional.
4 - Realismo:
Também faz parte da fase das operações concretas, mas já no final desta fase.
Existe uma consciência maior do sexo e autocrítica pronunciada. No espaço é descoberto
o plano e a superposição. Na figura humana aparece o abandono das linhas. As
formas geométricas aparecem. Maior rigidez e formalismo. Acentuação das roupas
diferenciando os sexos. Aqui acontece o abandono do esquema de cor, a
acentuação será de enfoque emocional.
5 - Pseudo
Naturalismo: Estamos na fase das operações abstratas (10 anos em diante)É o
fim da arte como atividade espontânea. Inicia a investigação de sua própria
personalidade. Aparecem aqui dois tipos de tendência: visual (realismo, objetividade); táctil ( expressão subjetividade) No espaço já apresenta a
profundidade ou a preocupação com experiências emocionais (espaço subjetivo).
Na figura humana as características sexuais são exageradas, presença das
articulações e proporções. A consciência visual (realismo) ou acentuação da
expressão, também fazem parte deste período. Uma maior conscientização no uso
da cor, podendo ser objetiva ou subjetiva.
E ainda alguns psicólogos e pedagogos, numa
linguagem mais informal, utilizam as seguintes referências:
• De 1 a 3
anos:
É a idade das famosas garatujas: simples riscos
ainda desprovidos de controle motor, a criança ignora os limites do papel e
mexe o corpo para desenhar, avançando os traçados pelas paredes e chão. As
primeiras garatujas são linhas longitudinais que, com o tempo, vão se tornando
circulares e, por fim, se fecham em formas independentes, que ficam soltas na
página. No final dessa fase, é possível que surjam os primeiros indícios de
figuras humanas, como cabeças com olhos.
• De 3 a 4
anos:
Já conquistou a forma e seus desenhos têm a
intenção de reproduzir algo. Ela também respeita melhor os limites do papel.
Mas o grande salto é ser capaz de desenhar um ser humano reconhecível, com
pernas, braços, pescoço e tronco.
• De 4 a 5
anos:
É uma fase de temas clássicos do desenho
infantil, como paisagens, casinhas, flores, super-heróis, veículos e animais,
varia no uso das cores, buscando um certo realismo. Suas figuras humanas já
dispõem de novos detalhes, como cabelos, pés e mãos, e a distribuição dos desenhos
no papel obedecem a uma certa lógica, do tipo céu no alto da folha. Aparece
ainda a tendência à emprestar características humanas a elementos da natureza,
como o sol com olhos e boca. Esta tendência deve se estender até 7 ou 8 anos.
• De 5 a 6
anos:
Os desenhos baseiam-se em roteiros com começo,
meio e fim. As figuras humanas aparecem vestidas e a criança dá grande atenção
a detalhes como as cores. Os temas variam e o fato de não terem nada a ver com
a vida dela são um indício de desprendimento e capacidade de contar histórias
sobre o mundo.
• De 7 a 8
anos:
O realismo é a marca desta fase, em que surge
também a noção de perspectiva. Ou seja, os desenhos da criança já dão uma
impressão de profundidade e distância. Extremamente exigentes, muitas deixam de
desenhar, ao acharem que os seus trabalhos não ficam bonitos.
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