sexta-feira, 20 de julho de 2012

Era uma vez

Era uma vez . . . Eram duas vezes . . . E foram tantas vezes que a princesinha resolveu não mais esperar. Abriu os olhos e acordou de vez. Desceu da cama. Olhou em volta. Chegou na porta. Saiu do quarto. Desceu as escadas. Chegou ao salão. Saiu do palácio. Quis saber o que estava acontecendo lá fora. 
No portão do palácio, encontrou-se com o mensageiro. Ele a olhou entre alegre e espantado.
            _   Onde está o príncipe?   _   Perguntou o mensageiro
            _   Não sei, ele não apareceu.   _  Ela respondeu.
            _   Não teve beijo? Como acordou?
            _   Perdi o sono. Agora vou lá fora. O que aconteceu enquanto eu dormia?
            _   Nada de importante. Somente senti saudades.
            _   Por que não me visitou?
            _   Todos os dias eu levava uma rosa para enfeitar os seus cabelos.
            _   Obrigada.
            _   Não por isso. Vai mesmo sair? O que digo para seus pais?
            _   Diga que fui ver o mundo, mas volto pra ser feliz. _  Disse sorrindo, enquanto saía.
            Passeou pelos campos. Viu as árvores, as flores, os animais, as pessoas. Tudo parecia tão igual e ao mesmo tempo, tão diferente. Caminhando por uma estreita estrada, avistou um humilde casal de camponeses que não paravam de sorrir. Ela resolveu se aproximar.
            _   O que vocês têm para serem tão felizes? _ Perguntou a princesinha.
            _  Temos um ao outro. _  Eles responderam.
            Admirou-se com aquela resposta e isso a fez pensar.
            _  Camponesa só pode ser feliz com camponês?
            _   Não necessariamente. Também pode ser feliz com o padeiro, com o príncipe e até mesmo o mensageiro. _   Eles disseram.
            Ela gostou daquela resposta.
            _  Obrigada e até breve.
            _  Onde vai com tanta pressa? _   Eles perguntaram.
            _  Para casa. Vou ser feliz.
            _   Assim seja, Princesinha. Que você encontre a felicidade.  _  Eles disseram.
            Chegando no palácio, encontrou o rei e a rainha, que a beijaram.
            _  Como acordou sem o beijo? _  Perguntaram.
            _  Não sei. Acho que foram as rosas.
            _  O perfume?   _  Perguntou a rainha.
            _ Não. A saudade.
            _   Entendo.
            _  Posso ser feliz com as rosas?
            _  Acho que devemos dar uma chance.   _   Disse o rei.   _  Também sentimos saudades. Seja feliz!
            Ela correu pelo jardim e encontrou o mensageiro entre as roseiras.
            _   Encontrou o príncipe?   _  Ele perguntou.
            _   Não preciso dele. Me bastam as rosas.
            Eles se casaram e foram felizes para sempre. Ainda que tenha sido um pouco difícil, pois junto das rosas sempre se encontram os espinhos.



FIM 

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